Título: A terra treme no Haiti: A narração sequenciada na cobertura pelo Jornal Nacional
Autor: Mateus Elias dos Santos
Período: 2010-2
Orientador: Soraya Maria Ferreira Vieira
Resumo: A narração sequenciada consiste na atuação mais enfática do repórter de televisão no cenário onde se desdobram as cenas de um acontecimento. Tal técnica de relato jornalístico tem como características um número maior de vezes em que o repórter fala olhando diretamente para a câmera e, principalmente, sua narração, que se dá enquanto ele segue caminhando pelo local dos fatos, no exato momento em que a câmera capta as imagens para a matéria televisiva. Esta é transmitida praticamente sem edição, mantendo a sequência da narração criada pelo repórter. Nesta pesquisa, analisamos as potencialidades e limitações presentes na narração sequenciada, técnica amplamente utilizada por emissoras de televisão na cobertura do terremoto que atingiu o Haiti em janeiro de 2010. Escolhemos como objeto de estudo as matérias produzidas pelos enviados especiais da Rede Globo ao país – Lília Teles, Rodrigo Alvarez e o cinegrafista Luiz Cláudio Azevedo – para o Jornal Nacional. Trazemos os elementos da linguagem televisiva – atentando para a importância da TV como meio de comunicação de massa capaz de absorver as outras mídias e formas de cultura –, bem como os elementos da linguagem telejornalística – ressaltando os elogios e críticas mais recorrentes feitos a esse gênero televisivo. Discutimos o modo como as novas tecnologias têm alterado as rotinas de produção telejornalística, desde a captação de imagens até a exibição das matérias aos telespectadores. Apresentamos o Haiti sob o ponto de vista histórico, tratamos dos critérios utilizados pelo Jornal Nacional para determinar como serão suas coberturas e abordamos a metodologia aplicada em nosso trabalho. Enfim, analisamos as narrações sequenciadas, a fim de traçar um panorama contendo suas possibilidades e limites enquanto técnica de relato telejornalístico. Verificamos que a principal potencialidade foi a humanização do relato do repórter, obtida por meio de sua narração mais subjetiva dos fatos, devido às condições de cobertura. A maior limitação disse respeito à não-apresentação de um panorama mais abrangente acerca da situação no país como um todo, o que faz da técnica um modelo a ser empregado em situações bastante específicas.
Palavras-chave: Narração sequenciada, telejornalismo internacional, terremoto no Haiti