A toxicidade do Instagram

O quão impactante uma rede social pode ser na autoestima de alguém?

O que é autoestima? Em conceitos psicológicos, “autoestima inclui uma avaliação subjetiva que uma pessoa faz de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa em algum grau. A autoestima envolve tanto crenças autossignificantes e emoções autossignificantes associadas”. Nos últimos anos cada vez mais o conceito de autoestima vem sendo discutido em diversos veículos de informação, principalmente aqueles que se encontram na internet, pois com a popularização de redes sociais que visam a exposição da vida, como rotinas matutinas, dietas necessárias para alcançar o “corpo ideal” e fotos perfeitas demais para serem verdade, muitas pessoas que veem a sua realidade presa ao mundo real acabam se sentindo inferiores ao se compararem com quem vive no mundo de fantasias proporcionado pelas redes. E quando falamos o quão prejudicial uma rede social pode ser para a autoestima de alguém, o Instagram aparece como o principal culpado.

O Instagram é o quarto aplicativo mais baixado em todo o mundo e, sem dúvidas, é o mais visual. Tendo como sua principal função a publicação de fotos e vídeos (geralmente de si mesmo), o Instagram criou uma geração que mal aguenta olhar o próprio reflexo no espelho sem que haja algum filtro ou qualquer outra ferramenta que possa diferenciar a realidade da perfeição impossível de ser alcançada. Hoje em dia, postar um story sem filtro virou quase um ato de coragem e resistência.

Por mais bobo ou inofensivo que um filtro do Instagram possa parecer, como um nariz um pouquinho mais fino ou uma pele lisa, sem espinhas ou sardas, eles transformaram a forma como as pessoas se enxergam, querendo cada vez mais atingir quase que um novo rosto que a tecnologia proporciona. Os dados sobre esse tema são assustadores e mostram que de inofensivos os filtros não tem nada.

Reprodução: Internet

Um fenômeno recente chamado Snapchat dysmorphia mostrou que um grande número de jovens mulheres norte-americanas estão levando à cirurgiões plásticos fotos de si mesma com filtros, dizendo que é assim que elas querem parecer. Além desse fenômeno, as intervenções físicas mais procuradas nos últimos anos foram a rinoplastia e o preenchimento labial. Segundo uma pesquisa da Academia Americana de Cirurgiões Plásticos, a motivação de 55% das pessoas que fizeram rinoplastias em 2017 foi o desejo de sair melhor em selfies. A bichectomia, procedimento que afina as bochechas teve um aumento de quase 20% em sua procura só no Brasil, principalmente entre jovens de 15 a 25 anos de idade.

A busca incessante por uma aparência completamente irreal que integra os novos padrões estéticos ditados pelas redes sociais representa riscos reais, físicos e psicológicos, às gerações que nasceram e vivem na Internet. Cada vez mais é comum a depressão e a baixa autoestima estarem ligadas à pessoas cada vez mais jovens, e a insatisfação com a própria imagem se tornou quase uma característica dos novos adolescentes. Meninas de até 14 anos representam os usuários mais frequentes do Instagram e é claro que esses dados estão interligados, sua grande frequência nas redes sociais definitivamente é uma das principais causas das doenças psicológicas na Geração Z. A Geração Z é se mostrou ser a que menos sai de casa e socializa com outros, o que deveria ser o básico, afinal, vivemos em sociedade e pelo o que parece as formas de socialização se tornarão cada vez mais frias e distantes com o passar dos anos.

A linha entre um filtro criativo e um filtro problemático é extremamente tênue. Vivemos em um momento em que o irreal é cada vez mais buscado e valorizado, em que doenças mentais se tornaram comuns entre a nova geração e que o sentimento de insuficiência é quase uma regra, porém, essa não é uma causa perdida.

Chegou o momento em que nós devemos valorizar as pessoas reais, com todos seus defeitos e imperfeições, pois não há filtro nenhum que melhore aquilo que melhor há em nós: quem nós realmente somos.

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OS FILTROS DO INSTAGRAM ESTÃO IMPACTANDO NEGATIVAMENTE NOSSA AUTOESTIMA?


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