A nova era do terror no Cinema: Aclamação e legado

Conheça mais sobre esse novo momento do gênero que tem ressignificado sua reputação e seus horizontes de alcance

Por Beatriz Carnelós, Bianca Brustolini e Gabriel Félix

Na última década que se passou, tem se estabelecido um renascimento do terror no mundo do Cinema. O doutor em literatura pela Universidade Columbia, M. M Owens, vai além e diz que essa reascensão à popularidade se estende também para a literatura e o imaginário da cultura pop no geral.

“E o sucesso não é apenas comercial. Tradicionalmente um tanto malfalado, hoje o horror desfruta uma aura de respeitabilidade crítica. Como observou o jornal The New York Times em junho, o horror “nunca foi mais lucrativo e festejado do que é hoje”.

Um dos motivos para esse sucesso do horror pós-moderno, ainda segundo Owens, é o momento pós-moderno de muitos avanços atrelados à desnorteamentos, muito semelhante ao que ocorria nos primórdios do gênero durante o iluminismo.

“[…] o gênero se fortalece com a confusão, o desnorteamento. E hoje o desnorteamento está em toda parte. Há avanços científicos do tipo dos que os executivos do Vale do Silício intuíram, mas que muitos outros sentem como sendo profunda e opacamente perturbadores. É o caso da inteligência artificial …

Reprodução: Blade Runner 2049 (2017), grande marco da ficção científica moderna que, apesar de não ser de terror, aborda muito dos medos coletivos acerca dos avanços tecnológicos.

Já a redação do portal Cineclick, em uma matéria retrospectiva da história do terror no Cinema desde seus primórdios até 2020, afirma que grande parte está atrelada a mudança de perspectiva na hora da criação, uma presença mais maciça de abordagens mais realistas, que reconhecem a inteligência e experiência do público com o gênero e investem mais na crítica profunda, no aterrorizar “de surdina” com uma pegada mais psicológica.

Exemplo disso são os clássicos modernos como Corra! (2017), Nós (2019), Não! Não Olhe! (2022) – todos de Jordan Peele, um dos grandes cabeça dessa nova onda do horror -, A bruxa (2015) e Um lugar silencioso (2017).

Reprodução: Corra (2017)

Temos também as novíssimas sensações do mercado: os filmes da A24, como X (2022), Pearl (2022) e O Farol (2019) e Midsommar (2019)

Reprodução: Midsommar (2019)

No entanto, até lançamentos que seguem tradições de filmes passados o fazem inserindo algo novo, também valorizando a inteligência do espectador e trazendo o costumeiro susto clássico, o ‘desconforto confortável’ dentro do gênero. São exemplo dessa corrente A freira (2018), It: A coisa (2017) e os representantes da era dos reboots dentro do terror, Halloween (2018) e Pânico 5 (2022).

Reprodução: Pânico 5 (2022)

Entendo melhor esse novo momento, sua relação com novos padrões e também com reprodução de legados, teste seu conhecimento acerca dos filmes de maior destaque desse renascimento. Conclua o jogo e se prepare para o plot surpresa!

O Halloween já passou, mas se tem algo que esses sucessos e toda essa ressignificação cultural provam é que não há data para embarcar numa experiência dentro do desconhecido, do diferente e de aprender com o desconfortável.

Fique ligado para os próximos passos dessa trajetória cultural horripilante.

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