Já parou pra pensar: E se o Neymar tivesse nascido em 1940?

De acordo com a mitologia grega, Chronos é a personificação do tempo. O nome do deus mitológico originou a hoje já conhecida definição de tempo, anos, meses dias e horas.

Mas, afinal, o quão longe estamos do tempo? Temos noção de quão longe 2009 é de 2022, por exemplo? 13 anos. O que parece um sopro, é muita coisa. E de 1980? 42 anos!
Estabelecendo aqui um panorama histórico, 42 anos são de mais longa duração que:

  • A Era Vargas toda;
  • A Ditadura Militar;
  • O jejum de títulos do SC Internacional;
  • Todo período Republicano no Brasil;
  • A duração da banda One Direction.

Entre Getúlio Vargas e Harry Styles, análises e cronologias, uma coisa é fato: O tempo muda quem somos, como sociedade e como seres humanos.

Após o surgimento da internet, e plataformas como TikTok, Whatsapp e as demais redes sociais, é muito fácil emitir uma opinião, uma crítica, ou até mesmo discursar ódio em qualquer âmbito. E é claro que isso tem diversas perspectivas positivas não a parte do ódio porém, hoje queremos abordar como isso afeta o futebol moderno.

Em entrevista ao Podcast “Cara a Tapa”, Tiago Leifert afirmou as seguintes aspas:

Se ele tivesse nascido em 1980, sem rede social, era Pelé e ele. É um negócio bizarro. Pega os números dele com 30 anos e compara. Sei que apanha muito da imprensa. Outra coisa, assiste o Neymar. Pega o jogo do Paris Saint-Germain e assiste o Neymar. Vê ele carregando a bola com as duas pernas com a mesma velocidade, mudando de direção. O que ele faz, o passe, o toque de primeira, o jeito de dominar a bola. Cobrança de lateral, que às vezes é um tijolo, mandam uma máquina de lavar nele, ele domina”

LEIFERT, Tiago – 2021.

E essa discussão que ele inicia referente ao ambiente das quatro linhas, também, é claro, se estende à vários ambientes. Principalmente ao digital. O camisa 10 da Seleção Brasileira sofre uma pressão extra das arquibancadas pelo fato de viver como um astro. Inclusive, em entrevista à ESPN, o craque diz que até pondera parar de jogar futebol por tudo o que lê no Twitter.

“Redes sociais são um lugar onde muitas pessoas vêm e olham para uma parte da sua vida, te julgam, demonstram ódio e te invejam.”

Não que Neymar seja santo, muito menos que não mereça críticas, mas quanto isso impacta no seu futebol? Será mesmo que em 1980 ele seria o novo Rei do futebol. Afinal, futebol também é cobrança, em qualquer era. Mas, finalmente chegando ao centro desse texto, como seria o Menino Ney jogando na época de Pelé?


O Ano é 1940.

Cidade de Santos na década de 40.

Pelé e Neymar, em nossa realidade, nascem em 1940. Edson Arantes em Três Corações – MG e o Menino de moicano em Mogi Mirim.
Neymar-Pai havia nascido em Santos-SP, e com a ajuda dos trens de passageiros da Companhia Mogiana, levaria seu filho, sucesso no futebol de salão ou de terra da região com suas bolas de pano, para uma das grandes cidades do país, que havia conquistado seu sucesso por conta de seu Porto.

Pelé estreia aos 15 anos no Santos FC, time da cidade.
Neymar, aos 17.

Provavelmente haveria uma grande concorrência pela vaga. Naquela época, ao jogar no ataque ou se era ponta ou um atacante bem infiltrado. Neymar e Pelé concorreriam pelas vagas, e, talvez pelo porte físico magro, Neymar poderia não ter chances, até porque Pelé aos 17 já era craque, inclusive, da Seleção Brasileira.

Entre altos e baixos, pela seus diferenciais, Neymar provavelmente despontaria como titular, e assim como ocorreu, de certa forma revolucionaria a maneira de jogar da época.

A questão principal é: mesmo em 1960, os vilões equivalentes às nossas atuais redes sociais eram outros, não inexistentes. Drogas novas, Mulheres de capas de revista, exposição à uma nova realidade que vinha sendo inserida no audiovisual que é a TV. O futebol cada vez mais acessível e se tornando ainda mais uma paixão.

Neymar sofreria críticas. Neymar sofreria o abuso dos torcedores. E é possível que, sem a “fiscalização” digital, Neymar faria barbaridades que podemos às vezes não imaginar.

Foto/Reprodução: Vogue/Globo.

Enfim, separados por cortes de cabelo, Tiktoks e mulheres capas de revista, é fato que Neymar e Pelé seriam craques em qualquer realidade. E é fato, também, que o cárater é moldado ao ser humano e, independente da época, ele provavelmente seria pouco mudado. Afinal, não podemos nos apegar a datas ou cronologias para provar que um seja melhor que o outro.

São tempos diferentes. E, mitologias diferentes.

E você? O que acha dessa discussão?
Deixa aí embaixo um comentário com sua opinião!

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