O casamento das HQs e jogos
[Texto por Marco Vieira]
Em uma época que quadrinhos são adaptados de forma tão constante para outros tipos de mídia como TV e Cinema, fica impossível não falar da relação entre as HQs e os jogos. Existem vários sites falando dos melhores jogos baseados em HQs, com títulos como The Walking Dead, Batman e Homem-Aranha, sempre encabeçando essas listas. Mas existe o outro lado da moeda, e são as HQs que foram inspiradas por games.
Talvez para os que estão mais por dentro do universo dos quadrinhos, não seja uma surpresa que um jogo como Team Fortress 2 tenha sua própria HQ. São várias que seguem essa ideia, com outros títulos surgindo de jogos como Mortal Kombat, Left 4 Dead 2, Assassin’s Creed, Tomb Raider e até Last Of Us.
Muitas dessas HQs são muito bem conceituadas, e muitos dos jogos que são adaptados dos quadrinhos, também recebem críticas muito positivas. Talvez seja o fato dos envolvidos nessas adaptações serem mais capazes, ou talvez as duas mídias tenham muita afinidade. Não vemos com tanta frequência sucesso em outras traduções de mídias, como jogos para filmes.
O diretor de criação do jogo multiplayer EVE Online, Torfi Fras Olaffson diz que os quadrinhos permitem uma maior liberdade na hora de escrever, se comparado à escrita de games. Com essa afirmação, é possível imaginar que esta seja uma das causas do casamento entre games e quadrinhos ser tão bem sucedido. São duas mídias com muita liberdade, ainda que segundo Torfi, os quadrinhos sejam mais livres, é inegável que os games também oferecem essa liberdade, especialmente se comparado a filmes, que tem que contar uma história, apresentar seus elementos, desenvolver personagens, tudo em mais ou menos 2 horas.
Um exemplo que vale ser observado, especialmente com as notícias da produção de uma série, é The Witcher. Iniciado como uma série de livros, foi adaptado para o mundo dos games, e depois para as HQs. Tanto o jogo como os quadrinhos ajudaram a expandir o universo de The Witcher, devido a liberdade que as mídias oferecem. Será que a série vai conseguir superar o casamento de jogos e HQs?