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A grandiosidade e a decepção de Game of Thrones

Uma série que encantou milhões de pessoas, mas ao seu final, também decepcionou outros milhões.

 

No dia 19 de maio deste ano, conhecemos o fim de uma das séries foi considerada por muitos – uma das melhores da história -, porém, não foi um final que encheu os olhos dos fãs e acabou por decepcionar grande parte da audiência. Embora tenha sido um último episódio, em grande parte, condizente com o resto da temporada, ficou claro que os dois showrunners David Benioff e D.B. Weiss falharam drasticamente com o roteiro e o ritmo a serem seguidos nessa temporada, o que foi ficando mais perceptível na medida em que nos aproximávamos do último episódio.

A dupla de showrunners, apesar das duas últimas temporadas não muito agradáveis, já haviam demostrado a capacidade deles em outras temporadas – se não fosse assim, Game of Thrones não seria algo tão grandioso para a TV como foi. Porém, o que ficou exposto é que ambos não conseguiram manter o nível da produção. Ao chegarem ao fim dos livros de George R.R. Martin, eles se encontraram com a necessidade de criarem além do que já havia sido escrito, o que se tornou um pesadelo para eles e, certamente, para nós fãs.

Tudo se deu início na sétima temporada, onde ficou clara uma corrida para que a série chegasse ao fim. O romance entre dois dos personagens principais, Jon Snow e Daenerys Targaryen, talvez seja uma das relações mais rasas e forçadas que já existiram dentro do universo da série. Não sei ao certo o motivo dessa decisão de os juntarem romanticamente, talvez tenha sido para agradar os fãs dos personagens (o que definitivamente não ocorreu). Ou talvez eles simplesmente chegaram ao ponto da necessidade de reunirem os personagens da série para o tão esperado fim de tudo – reunião que não foi feita de forma sutil, ao menos com o casal – e acabou decepcionando grande parte da audiência. Os personagens não possuíam uma química romântica e apenas foram usados como uma forma covarde de dar um pontapé inicial na corrida dos showrunners para o fim de Game of Thrones.

O fato das duas últimas temporadas serem menores na quantidade de episódios também ajudou muito para que o desfecho da série não fosse satisfatório para a maioria das pessoas. Ao menos para mim, a decisão de fazer temporadas reduzidas foi vista como um fator extremamente negativo para a série, por que mudar o que já estava dando certo? Talvez o fator do fim dos livros tenha pesado nessa escolha dos produtores, eles poderiam estar confusos e sem ideias tão grandiosas como as de George R.R. Martin para continuar com mais duas ou três temporadas de 10 episódios cada. Além disso, sabemos que Game of Thrones não é uma série econômica e o orçamento pode ter influenciado bastante para que isso acontecesse.

Mas o que deve ficar claro é que nada pode servir como desculpa para o que foi feito com a série. Uma grande lista de motivos pode ser considerada para os resultados insatisfatórios do fim da longa jornada, mas é algo que poderia ter sido melhor pensado e trabalhado com paciência, o que eles não tiveram. O que foi construído tomou proporções gigantescas – a série era a maior produção já vista na TV; todos os domingos era o assunto mais comentado em todo o mundo; era uma série de qualidade inquestionável (até certo ponto) – e com todo esse tamanho, eles se perderam. O que aparenta é que eles não estavam preparados para tudo isso, e talvez não tivessem noção da grandiosidade do show. Porque, se tivessem, não teriam um desfecho feito de forma tão apressada, decepcionando os fãs e diminuindo tudo o que havia sido construído pela série. Game of Thrones entrou para a história, mas se juntou ao grupo seleto de séries que tiveram finais, no mínimo, tristes para os seus fãs.

 

 

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