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Beanie Feldstein stars as Molly and Kaitlyn Dever as Amy in Olivia Wilde’s directorial debut, BOOKSMART, an Annapurna Pictures release. Credit: Francois Duhamel / Annapurna Pictures

Crítica: Fora de Série

Ser adolescente é bem mais que problemas superficiais e rixas entre garotas

 

Primeiro filme da carreira de diretora de Olivia Wilde, Fora de Série vem com a proposta de ser não apenas um filme de adolescentes, mas sim a de um filme sobre a adolescência. Mostrando os dilemas da fase, a complexidade das escolhas, a quase fobia social quem alguns desenvolvem. O filme conta a história de duas amigas, Molly (Beanie Feldstein) e Amy (Kaitlyn Dever), que abdicaram de suas vidas sociais para se dedicarem completamente aos estudos. Pensaram que, se ao invés de irem às festas ou aos eventos sociais se dedicassem aos estudos, com certeza iriam para grandes universidades. E foram – mas quem foi para as festas também conseguiu e nesse momento o mundo delas vira de cabeça para baixo.

Uma claramente mandona e outra mais retraída, elas decidem, no último dia do ensino médio, irem para uma festa, e o filme mostra todas as aventuras delas para chegar até essa festa. Esse trajeto todo leva ambas para grandes aventuras, conversas sérias, e até mesmo brigas. O roteiro extremamente bem construído traz situações muito corriqueiras construídas de forma muito envolvente, que acabam prendendo o espectador na trama.

A trilha-sonora se encaixa nos momentos perfeitos e vale ressaltar que o figurino do filme é incrível, característico de cada personagem em especial. A atuação de Beanie extremamente inteligente e real. A fotografia é cheia de contrastes e muito colorida, bem energizante, e se encaixa perfeitamente na edição.

O ponto forte de filme é conseguir mostrar, não só, a amizade entre duas mulheres, isentas de rivalidade, duas jovens brilhantes que não estão competindo por algo e sempre se enaltecem, como também os temas mais diversos e até “polêmicos” que se possa imaginar para a faixa-etária de forma leve e livre de tabus. Fora de Série consegue fazer com maestria algo que, talvez, somente Lady Birdy (2017) tenha feito anteriormente, mostrar que a adolescência é muito mais que dramas sem motivo. Ainda estreante no ramo da direção, Olivia Wilde tem tudo para ser algo como o que John Hughes (O Clube dos Cinco, Gatinhas e Gatões) foi nos anos 80 e é até hoje.

 

 

Nota do filme:

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