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Crítica: Charlotte

Com poucos episódios e um visual incrível, o anime renova a ideia de superpoderes de uma forma inesperada

Charlotte é um anime produzidos pelos estúdios P.A. Works e Aniplex e lançado em 2015. Ele tinha tudo para ser um amontoado de clichês, com a reutilização de ideias como superpoderes (Kekkai Sensen, Mob Psycho 100), escola para crianças que desenvolvem esses poderes (X-Men, The Umbrella Academy), com um romance surgindo no meio de tudo isso. Os primeiros episódios deixam uma impressão superficial, mas ao decorrer do anime, a história se torna mais densa.

Ela se passa em uma realidade alternativa onde algumas crianças desenvolvem estranhos poderes ao atingir a puberdade. O protagonista, Otosaka Yuu, pode tomar o corpo de uma pessoa por 5 segundos. Ele usa essa habilidade para diversas coisas erradas, até ser descoberto por Tomori Nao, uma garota que pode se tornar invisível. Ela é do conselho estudantil de uma escola própria para pessoas com poderes, que tem o objetivo de proteger essas crianças contra cientistas que pretendem transformá-las em experimentos.

A mudança de enredo a partir da segunda metade traz um novo fôlego, causa uma quebra do clima colegial do início e ele vai ganhando profundidade. O anime tem um bom uso de cores da fotografia, que algumas vezes nos lembra um pouco trabalhos de Makoto Shinkai, e ótimo design dos personagens e paisagens. As sequências quanto à manifestação dos poderes são bem colocadas, mas o romance introduzido parece vir apenas para agradar uma parcela do público. Apesar disso, eles se preocuparam em não parecer forçado ou rápido demais. Os personagens são carismáticos, mas nem todos atingem seu potencial de desenvolvimento – talvez com um pouco mais de episódios, isso seria possível. Tomori é uma personagem interessante, mas pouco explorada, sobretudo no final. A trilha sonora é simples, mas foi encaixada nos momentos certos e na intensidade adequada.

Charlotte tem uma premissa boa, personagens carismáticos, mas boa parte disso foi aproveitado superficialmente. Para uma trama encaixada em 13 episódios, é um anime ótimo e completo, mesmo com alguns pontinhos soltos e que deixam uma vontade de quero mais.

Nota do anime:

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