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Great News e uma nova forma – cancelada – de ver os jornalistas

Jornalistas no cinema são sempre vistos como guardiões obscuros da verdade, mas e quando a representação é hilária?

 

Clark Kent, Kent Brokeman, Miranda Priestly e Rita Skeeter – alguns dos grandes nomes do jornalismo da ficção. O que todos tem em comum? Além da profissão e de serem destaque em suas tramas, o tom que eles tem é bem parecido, vivem pela profissão e às vezes são capazes de fazer muito mais do que seria considerado legal por ela. Clark Kent mantém sua fachada de jornalista para ser o Superman, às vezes conflitando sua dupla identidade com a profissão. Kent é um dos personagens mais polêmicos de Springfield, Miranda é quase literalmente o diabo e Rita não tem moral alguma, indo atrás de um menino órfão famoso para criar sua história. As formas de se traduzir os jornalistas são sempre fechadas, com moral duvidosa, em busca da verdade ou de seus interesses, vivendo única e exclusivamente para aquilo.

Nesse contexto, Great News, sitcom de Tracey Wigfield produzida pela NBC, quebra barreiras. Se originalmente os jornalistas são tratados como figuras obscuras e de moral duvidosa, na sitcom estadunidense o clima é completamente diferente. A série conta a história de Katie Wendelson, uma produtora de reportagens do Canal MMN e que tenta subir de posição no programa The Breakdown, onde trabalha, mas conta com um pequeno empecilho: sua mãe Carol Wendelson, uma senhorinha cheia de disposição, decide cursar audiovisual aos sessenta anos e acaba se tornando estagiária da própria filha.

A série entrega uma primeira temporada divertida e cheia de ironias. Críticas às jornadas de trabalho do jornalistas, aos apresentadores-estrelas que possuem índole e qualidade duvidosa e até ao assédio sofrido dentro dos escritórios mundo a fora são presentes durante todo o enredo. Mas a série nos ganha mesmo pelos conflitos malucos em que os personagens se metem, às publicidades que os ancoras tentam fazer durante o jornal, Carol tentando se meter na vida amorosa de Katie e no cotidiano desesperado e real da redação do The Breakdown. 

A série infelizmente foi cancelada em sua segunda temporada, nos deixando com algumas questões em aberto, mas isso não deve ser motivo para não querer conhecer os jornalistas da MMN. A forma como eles são representados é muito importante não somente para os profissionais reais, mas para todos que têm contato com os produtos da atividade jornalística. Quando passamos a enxergar os jornalistas como seres humanos, que erram, acertam, têm interesses próprios e trabalham duro, fica mais fácil entender o jornalismo em si.

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