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Crítica – Code 8: Renegados

“Projeto entre amigos” surpreende com efeitos de qualidade e trama distópica

Em 2016 os primos Amell, já conhecidos pelos seus papeis no Arrowverso, lançaram um curta de ação e ficção cientifica produzido por eles – Code 8 -. Um mês após o lançamento, deram início a uma campanha de financiamento coletivo para a produção de um longa, com objetivo de arrecadar 200 mil dólares. A campanha foi um sucesso e encerrou com os valores de pouco mais de 2,5 milhões de dólares; dinheiro usado para produzir Code 8: Renegados, o filme que chegou a Netflix dia 11 de Abril.

Partindo de uma premissa bastante original e única, o filme aborda uma realidade onde 4% das pessoas nascem com poderes. Elas foram a principal mão de obra para o desenvolvimento das cidades pelos ricos e poderosos, porém, com o tempo suas funções passaram a ser substituídas por máquinas; e o “diferente”, antes tão aproveitado começa a ser marginalizado. Esses humanos poderosos se tornam a parte mais pobre da sociedade e sofrem dilemas como as drogas, o crime, o preconceito, entre outros; fazendo com que o governo instale medidas que dificultam a sua vida cada vez mais, tornando praticamente ilegal você possuir poderes. A fim de que tais medidas sejam cumpridas, a repressão policial se torna mais brutal e militarizada.

Code 8 - Renegados - Filme 2019 - AdoroCinema

O protagonista Conor Reed (Robbie Amell) é um jovem com superpoderes elétricos que foi criado por sua mãe, interpretada por Kari Mitchell, para esconder ao máximo seus dons. Quando ela está com uma doença grave, Conor entra para o mundo do crime para conseguir o dinheiro para tentar salvá-la, uma vez que se alia a Garrett (Stephen Amell) e um grupo de traficantes.

A trama tem um plano de fundo muito bom por levar a fantasia e a ficção cientifica a tratar sobre questões pertinentes da nossa realidade, como segregação e vicio em drogas, só que ao misturar elementos de ação e drama ela deixa a desejar. Porque há um desequilíbrio gigantesco ao conciliar os dois, o filme começa em um bom ritmo, mas o seu meio se torna voltas e mais voltas, “enchendo linguiça” e não dando profundidade. Isso faz com que as cenas se tornem pontos isolados no longa em meio a tanto drama.

Mais um defeito é a quantidade de personagens, muitos com potencial tem pouco ou nenhum desenvolvimento – exemplo do grupo de Garret – e outros são fidedignos a estereótipos do cinema, pegando potencial que interessaria neles e não os trabalhando. Essa superficialidade faz com que personagens que de primeira mão despertam seu interesse, logo se tornem insuportáveis em tela; principal exemplo é a dupla de policiais.

O problema da quantidade de personagens também reflete na atuação dos atores fazendo com o que eles não tenham seu trabalhado desenvolvido. Apenas a interação dupla principal de Robben Amell e Sthephen Amell possui uma maior profundidade e consegue entregar um bom trabalho, principalmente Robben que consegue transparecer as particularidades de seu personagem. Enquanto Sthephen que é um ator muito limitado, faz seu papel de forma eficiente.

O diretor Jeff Chan faz um trabalho bom – principalmente nas cenas de ação – porém, peca no exagero do drama do longa. No final para um diretor de pouca experiencia o resultado é agradável.

Os efeitos do filme são sua maior surpresa, ao ver uma trama de ficção desse estilo em um projeto pequeno o primeiro pensamento que me vem é o pré-conceito de que os efeitos devido ao baixo orçamento deixarão a desejar. Surpreendentemente os CGI são de bastante qualidade e não destoam de grandes produções.

Enfim, Code 8: Renegados é um projeto pequeno entre amigos que parte de uma premissa original com um grande potencial nas costas, só que sua trama deixa a desejar em muitos aspectos. Para muitos que olham a sinopse e sabem se tratar de algo pequeno em um gênero de grandes produções, logo surge a mente o pré-conceito de que será um filme muito ruim. Porém, são surpreendidas pelo modesto longa que entrega um entretimento independente e agradável, mesmo não emplacando como poderia.

Chamada: Em meio a grande produções de super heróis e de ficção cientifica, o financiamento coletivo leva a frente projetos cheio de potencial. Um deles é Code 8!

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