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Crítica: A Família Addams (2019)

Em dois estalos de dedos a nova animação de A Família Addams volta com o clã mais temido e amado.

Baseada na série de quadrinhos The Addams Family do cartunista Charles Addams a história contada pelos filmes e gibis narra o cotidiano e peculiar da família cujas tradições assustam uma cidade inteira. O enredo clássico e conhecido por todos que aparece em A Família Addams de 1991 mostra Gomez Addams, patriarca da família interpretado por Raúl Juliá, lamentando o desaparecimento do irmão que foi visto pela última vez há mais de 25 anos. Ouvindo sobre isso o advogado picareta da família resolve arranjar um sósia que se passará por Fester Addams. Nessa confusão divertida da obra de 1991 vemos a esposa Mortícia, interpretada por Anjelica Huston, e os filhos Wandinha e Pugsley, Christina Ricci e Jimmy Workman respectivamente, se envolverem na armação.


Esse enredo por si só já é muita coisa. Reprisado aos montes na Sessão da arte e nomeado ao Oscar de melhor figurino, o filme ficou em nossos corações, mas em 2019 ganhou uma nova versão, dessa vez em animação, dando outra cara e novas discussões.


A história não segue o enredo do filme estrelado por Raúl Juliá e Anjelica Huston uma vez que Fester está presente, mas ao mesmo tempo tem um fato em comum, os Addams de todas as partes estão vindo assistir a cerimônia de crescimento de Pugsley. Mas agora o clã lida com outro problema: não são aceitos em cidade alguma.


Os hábitos que para a família são completamente normais assustam a todos ao seu redor e logo no começo do filme, no casamento de Mortícia e Gomez, a família é expulsa a tochas da Pensilvânia. Os Addams são, de certa forma, migrantes que encontram numa pequena cidade, no topo de uma montanha, o lugar para se estabelecer. Mas com a gentrificação o casarão com status de mal assombrado onde o clã reside deixa a paisagem da cidade feia de acordo com a corretora de imóveis Margaux Needler que passa a tentar expulsá-los dali.


A família Addams, como explica o comunicador do Canal Ora Thiago de onde nos inspiramos para falar dessa produção, sempre brincou o conceito de estrangeiros exóticos que chegam em uma região conservadora e subvertem as mentalidades de seus vizinhos e a animação faz isso de maneira ainda mais explícita. Voltada para crianças a produção mostra o ponto de vista de quem é atacado e acuado ao mesmo tempo que mostra neles, os Addams, figuras que estão amedrontadas, mas não se deixam abater.

O filme não agradou muito a crítica, que deu 44% no Rotten Tomatoes. Para Cath Clarke do The Guardian a produção é “desagradável e decididamente estranho, é uma decepção”, mas ao mesmo passo que Ed Potton do Times inglês avaliou como “pastiche que deve distrair seus pequenos”. Entre os espectadores a animação performou melhor e alcançou 65%.


O desenho de 2019 pode não conseguir repetir o feito do filme de 1991, mas todos os elementos principais e cativantes estão ali como, a trilha sonora perfeita e os personagens carismáticos que quase não tem noção da própria bizarrice. Além disso Família Addams de 2019 trás para os menores noções como união familiar, respeito pelas diferentes e o bom e velho apreço pelas roupas pretas.

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