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Crítica: Lúcifer – 5ª Temporada

Os últimos episódios da nova temporada chegaram para matar a saudade e a curiosidade de quem espera há quase um ano

ATENÇÃO: Contém spoilers!

Quem já é fã do Lúcifer e de todas as suas aventuras demoníacas sabe bem que um dos principais fortes da série é entregar um humor satírico e afiado juntamente com uma trama embasada e interessante. Essa qualidade bastante apreciada pelos espectadores de longa data com toda certeza não é perdida na quinta e mais recente temporada da série.

Lançada em 21 de agosto de 2020, a primeira parte da quinta temporada, produzida pela Netflix, explorou constantemente a rivalidade entre Lúcifer e seu irmão gêmeo Micael, trama essa que nos gerou ótimas performances de Tom Ellis – sendo sua atuação um dos grandes pontos altos da série, juntamente com o trabalho do restante do elenco principal que nunca deixa a desejar.

No entanto, a constante briga familiar deixou os oito primeiros episódios bastante monótonos e repetitivos, nem mesmo um especial – no qual os personagens voltam no tempo e alguns arcos secundários importantes são explicados – não foi suficiente para trazer de volta a parte empolgante e intricada da série, presente nas temporadas anteriores.

O crescimento de alguns personagens secundários não pode ser deixado de lado, principalmente o de Ella, interpretada por Aimee Garcia. Uma das personagens favoritas do público, a cientista forense e amiga de Lúcifer protagoniza cenas emocionantes e pesadas na primeira parte dessa nova temporada ao se relacionar com um assassino em série, Pete. Além dela, a dupla dinâmica formada por Amenadiel (D. B. Woodside) e Linda (Rachael Harris) é responsável (mais uma vez) por cenas hilárias e importantes para o estabelecimento tão divertido do contraste entre celestial e terreno que a série continua trazendo. Eles prosseguem como personagens essenciais para a trama e, agora, vivem os dilemas de criar um bebê, potencialmente, superpoderoso.

Reprodução: Internet

Na segunda parte da quinta temporada, lançada no Netflix na última sexta-feira (28), o desenvolvimento de tramas fortes por personagens secundários continua, a cereja do bolo sendo a protagonizada por Dan (Kevin Alejandro). Mesmo muitas vezes não participando do plano principal da produção, o detetive já esteve envolvido na maioria dos desenvolvimentos mais tristes e trágicos de todo o enredo e dessa vez não foi diferente. A forma como todos os personagens evoluíram durante as cinco temporadas é uma das características mais excepcionais de Lúcifer, a exploração de suas emoções e sentimentos ao lidar com coisas mundanas e rotineiras até divindades celestiais deixa tudo mais interessante e, de certa forma, real.

Os aspectos característicos das antigas temporadas que não apareceram na primeira parte retornaram na segunda. Apostando em um estilo mais noveleiro, os oito últimos episódios da quinta temporada trazem a tona todo o humor temático e sarcástico que os fãs da série aprenderam a amar e esse fato está bastante ligado a chegada de Deus à Terra. O Grande Poderoso Senhor do Universo resolve descer e passear um pouco junto aos humanos e, claro, junto aos seus filhos que habitam o nosso plano. Muitas temáticas familiares clichês e comuns são utilizadas, porém, ao serem aplicadas à Deus, ao Capeta e ao restante da grande família celestial, se tornam responsáveis pela retomada do tom irônico e divertido que tanto gostamos.

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Juntamente com o aparecimento tão esperado de Deus, alguns dos elementos paranormais ficaram um pouco esquecidos nos primeiros episódios dessa temporada. O uso dos poderes celestiais, asas e outras aparições celestiais foram bastante presentes nas temporadas anteriores e garantem à série um aspecto mágico e mais sério que contrasta com o constante humor presente nos roteiros. Com direito a uma guerra de anjos e demônios, a segunda parte da quinta temporada retoma o que foi esquecido e não decepciona nesse quesito. Já os casos policiais continuam apenas como bengalas, gerando reflexões sobre os problemas enfrentados pelos personagens em determinados episódios, uma vez que a trama investigativa nunca foi o foco da produção era esperado que ela não inovaria nesse quesito.

Um aspecto deixado em aberto pelo roteiro de Lúcifer durante várias temporadas foi o relacionamento do protagonista com a detetive Chloe Decker (Lauren German). Os desencontros e problemas não resolvidos do casal foram motivos para vários surtos dos fãs, que tiveram que esperar até a recente temporada para finalmente assistirem os dois investindo em um relacionamento real. O que antes foi deixado bem mal resolvido – uma postergação repetitiva e cansativa – nos últimos episódios lançados é tratado com muita maturidade e certeza. A mensagem que fica para os espectadores é a de que a partir de agora não haverá mais o vai e volta que vinha acontecendo.

Com episódios especiais (incluindo um karaokê celestial com uma performance incrível de Lesley Ann-Brandt e Aimee Garcia), guerras divinas, perdas e desenvolvimentos inesperados, a quinta temporada de Lúcifer segue na fórmula de sucesso que funcionou tão bem anteriormente e que dessa vez, como esperado, não deixa a desejar. O medo instalado pelos primeiros episódios, lançados há quase um ano, de que a série teria talvez perdido o tom ou os fatores que a tornavam interessante, cai por terra com a tão esperada segunda parte. Fica a esperança de que a sexta temporada venha com as respostas para as tramas já existentes que ficaram em aberto sem novas enrolações, muitas invenções às vezes conseguem estragar uma trama que já era ótima.

Trailer 5ª Temporada – Parte 1

Trailer 5ª Temporada – Parte 2
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