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Crítica: F4 Thailand

Adaptações podem dividir opiniões, mas em meio a várias releituras será que ainda tem espaço para diferencial? 

Hana Yori Dango, ou Boys Over Flower, é um mangá muito popular no Japão que conta a história de uma garota pobre que mesmo com dificuldades financeiras consegue frequentar um colégio de elite onde seu caminho acaba se cruzando com um grupo conhecido por F4, formado por quatro garotos das famílias mais ricas do país. O mangá ganhou ao longo dos anos várias adaptações que permitiram o público reviver a história de várias facetas. A versão mais popular pertence à China, intitulado como Meteor Garden ( Jardim de Meteoros em português) sendo o queridinho dos fãs. 

F4 Thailand (2021-2022) surge com a proposta de ser diferente de tudo o que os telespectadores já conheciam. A produção tailandesa aposta na construção de seus personagens explorando as suas relações pessoais de maneira intensa. Ambientada em um espaço cruel e até meio tóxico, o colégio palco de encontro entre os protagonistas é marcado pela violência massiva e coletiva, em que os próprios alunos compactuam com as “brincadeiras” em forma de tortura e as autoridades fecham os olhos para as maldades que cercam os muros da escola. Todas as versões do mangá, transitam entre o enredo pautado no relacionamento abusivo e na violência psicológica e física, mas nessa versão temos esses assuntos sendo mais visíveis e mais intensos em relação às outras.

Um ponto positivo em F4 Thailand  é como ela consegue sair da sombra da versão chinesa, visto que, a família dos protagonistas são mais presentes na trama e auxiliam para o público entender as ações de cada personagem e as regras que o próprio grupo F4 impõem são mais explicadas e claras. Outrossim, é que a versão conta com a digitalização das relações, com isso é possível observar como a internet impacta a vida de cada um dos personagens. 

O que mais surpreende em relação às outras adaptações é como o casal protagonista é formado. A personagem principal é mais forte e corajosa nessa versão, ou seja, ela possui uma maturidade maior e o seu par romântico, por mais que tenha ações tóxicas, é mais sensível e se desprende rápido do estereótipo de Bad Boy. Além disso, os outros personagens também possuem suas narrativas sendo mais exploradas e o enredo consegue ser mais fechado, sem as pontas soltas que muitas versões carregam.

A própria narrativa do mangá é problemática em vários pontos, por isso as versões tendem a abraçar esse lado no momento da construção da narrativa, mas é importante lembrar que as pessoas mudaram e certos comportamentos não são mais bem vistos pela grande parte do público. E isso é o grande diferencial que F4 Thailand consegue trazer, porque não ocorre a romantização desses comportamentos, pelo contrário, a narrativa tenta deixar claro que os personagens reconhecem suas ações para não reproduzi-las no futuro. 

F4 Thailand supera as expectativas das outras versões e prova que é possível inovar mesmo tendo várias releituras de uma obra. Contudo, falha em alguns pontos do enredo, o que poderia arruinar todo o processo, mas consegue se sobressair no final. 

Confira o trailer:

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