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Crítica | Poltergeist 1, 2 e 3

Neste clima de Halloween, um dos maiores clássicos do cinema de terror completa 40 anos

“Eles estão aqui“. Foi com esta frase que a atriz mirim, então com sete anos, Heather O´Rourke apresentou ao mundo um dos melhores filmes de fantasmas da história, Poltergeist – O Fenômeno (Poltergeist, 1982). Criado e produzido pelo cineasta Steven Spielberg (Tubarão) e dirigido por Tobe Hooper (O Massacre da Serra Elétrica), o filme marcou época e continua sendo classificado como uma das melhores produções do gênero.

Dentre assassinatos, mortes naturais quase que inexplicáveis, um ar sombrio que cobria toda a produção, uma suposta maldição envolvendo os filmes, sem falar nos esqueletos verdadeiros que faziam parte dos itens que formavam o cenário dos filmes, a trilogia sempre despertará a curiosidade de quem tenta entender como tais eventos de fato sobrenaturais conseguem fazer parte de uma produção simples e, de certa forma, acompanhar as suas devidas sequências.

Por isso, neste clima de Halloween, trago uma análise dos três filmes, que embora não sejam perfeitos, são verdadeiros clássicos para os adoradores de filmes de terror antigos (como eu!).

1- O Fenômeno (1982)

Reprodução: Poltergeist – O Fenômeno

Dirigido por Tobe Hooper, o qual já havia contribuído pelo maior slasher de todos os tempos, O Massacre da Serra Elétrica, o filme possui aspectos completamente inovadores para a época, ainda mais disputando basicamente o número de telespectadores com um outro filme da mesma natureza e no mesmo ano: A Entidade.
A produção e roteiro realizados pelo já tão experiente Steven Spielberg, reuniu elementos que traziam para o mundo a primeira encenação de uma comunicação entre um ser humano e uma suposta força sobrenatural através de uma televisão. A personagem Carol Anne, interpretada por Heather O’Rourke é o ponto chave desta obra, onde a mesma é levada a um mundo sobrenatural inexplicadamente, fazendo seus pais investigarem os fenômenos que aconteciam dentro da casa em que moravam, como talheres sendo entortados e móveis mudados de lugar (um clichê de Atividade Paranormal alguns anos mais tarde, né?)

Jerry Goldsmith produziu uma trilha sonora agradável para o filme, onde se misturava o tom macabro do terror e o tom dramático que dava vida ao sofrimento psicológico vivido pela família Freeling nesta primeira produção. Efeitos visuais inéditos também tornaram esta primeira produção um verdadeiro fenômeno para os amantes dos filmes de terror. Steven Spielberg, obrigado mais uma vez!

2- O Outro Lado (1986)

Sempre existiu um ditado em Hollywood que diz: “Pense duas vezes antes de fazer a sequência de um filme!”. Infelizmente, este não foi seguido quando ousaram realizar a sequência de Poltergeist, quatro anos depois do lançamento do primeiro. Dizem os boatos que os escândalos envolvendo a produção (mortes de três atores do primeiro filme), bem como os mistérios sobrenaturais, influenciaram novos produtores a almejarem uma sequência sem a aprovação inicial de Spielberg, que não quis seguir com o projeto.

Dirigido pelo inglês Brian Gibson, o filme conta a trajetória da família Freeling ao se mudar, fugindo dos traumas sofridos pelas forças sinistras que aterrorizaram suas vidas no longa anterior e que agora reaparecem mostrando o seu verdadeiro poder perante os humanos. Na história, vemos a revelação de um demônio, Kane, que tem o intuito de se apoderar da jovem Carol Anne. A dimensão em que o filme se desenvolve transparece um longa de terror comum e, de certa forma, sem ligação com o primeiro, uma vez que “poltergeist”, segundo a parapsicologia, é um fenômeno sobrenatural que provoca reações físicas e não tem ligação a uma possível força demoníaca, como é demonstrado neste segundo filme.

Ao desenvolver o enredo, os produtores quiseram trabalhar com uma suposta segunda dimensão em torno do ambiente mostrado no filme, o que não ficou original, enfraquecendo a trama como um todo, resultado de um orçamento ruim, tanto para a trilha sonora, como para os efeitos especiais. Apesar de não tão especiais como o primeiro, renderam ao filme uma indicação ao Oscar nesta categoria.

3- O Capítulo Final (1988)

Um triste fim. É desta forma direta que se pode qualificar este terceiro e último capítulo da saga. Dirigido por Gary Sherman, o fraco roteiro não é capaz de sustentar o filme que aposta em colocar Carol Anne para morar com os tios (já que nenhum dos atores principais dos filmes anteriores quis retornar aos seus personagens).

A história se resume a mostrar Carol Anne sendo novamente perseguida por espíritos que se manifestam na forma do demônio Kane, do longa anterior, também interpretado por um novo ator. Os efeitos especiais também são os mais fracos da série sendo na sua maioria truques feitos com espelhos. O único fator que possa levantar a curiosidade diante deste filme é relacionado ao falecimento da atriz principal, a eterna Carol Anne durante a produção.

Durante as gravações em 1987, Heather já estava fazendo tratamento referente a uma inflamação no intestino que contraíra desde janeiro daquele ano. Como efeito colateral do tratamento, a bochecha da atriz estava inchada, algo perfeitamente visível neste filme. Foi gravando o filme que a atriz desmaiou, sendo conduzida para o hospital, mas não chegando a resistir, aos seus 12 anos de idade.

A morte da atriz foi um choque para todos e virou notícia em praticamente todo o mundo. A própria MGM, produtora da franquia, cogitou a possibilidade de não lançar mais o terceiro filme. Como a película estava em pós produção, algumas cenas tiveram que ser regravadas com uma dublê no papel de Carol Anne e o filme foi dedicado à memória da jovem atriz sendo lançado em junho de 1988.

É claro que, por sua originalidade, fico com a versão de 1982 como a minha preferida da saga. E você, qual prefere?

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