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Crítica: Em Chamas (2018)

Três protagonistas quebrados e com estilos de vida distintos, acabam se conectando e se perdendo em um mistério

Em chamas é um filme de 2018, dirigido pelo Lee Chang-dong, estrelado pelo Yoo Ah-in, Steven Yeun (muito amado pelo seu personagem em The Walking Dead) e a incrível Jeon Jong-seo.

Reprodução: Internet

Em uma narrativa complexa e uma fotografia impecável, acompanhamos esses três personagens tendo seus destinos conectados em uma trama que não se importa em te entregar uma resposta, mas sim causar o máximo de questionamentos no telespectador, fazendo com que você crie sua própria experiência e conclusão. Abordando temas como a falta de força na justiça, classes sociais, medos, sonhos, e até mesmo como interpretamos a realidade ao nosso redor.

O personagem do Steven, chamado de Ben, é um homem muito rico, em uma posição de privilégio e um ar enigmático, que se relaciona com Shin (Jeon), uma mulher de classe baixa e que tem seus interesses próprios. Contudo, o filme brinca com isso utilizando da perspectiva do protagonista: Lee (Yoo) para contar a história. Assim, notamos que existe algo de errado em relação aos dois, mas será que não existe algo de errado com nosso próprio protagonista?

Ben confidência ao Lee, que ele gosta de colocar fogo em estufas abandonadas e que a próxima será um crime, como ele mesmo admite, porém que não tem importância para polícia, já que não é algo incomum e não causa muitos danos. Mesmo sendo uma fala feita de forma passível, existe um frio na espinha, como se soubéssemos que algo além disso está sendo dito nas entrelinhas. Neste momento, toda construção da cena, o sol, a câmera, a posição dos personagens e como eles interagem, como se fosse uma dança no amanhecer, foi o momento que o filme me ganhou… e existem poucos momentos que podemos admitir que estamos assistindo algo único do cinema.

Sua trilha sonora, junto com todas atuações, como os locais se tornam peças nessa dinâmica, nada se encontra por acaso! O sonho de Lee de escrever um livro e como isso influência alguém? Todos os sonhos carregam um poder sobre seu portador. E o filme se desenrola quando Shin desaparece, alguns podem interpretar que ela apenas foi embora, outros podem interpretar que algo ocorreu com ela, acompanhamos Lee em sua busca e sua obsessão ao seu principal suspeito, ou seja, Ben, e esse jogo entre os dois é uma das melhores coisas que já vi em um filme. Eles utilizam todo o tempo possível, cenários, falas, comportamentos, e tudo carrega uma intensidade contida, você pode pensar na hipótese, mas ainda tem alguma prova disso?

Um filme de mistério, porém, que em suas camadas, carrega toda uma crítica social, pessoas pobres são invisíveis, elas podem se tornar fumaça e ninguém irá se importa, elas podem ser presas e não terão alguém para lutar pelos seus direitos; Nossos sonhos podem manter nossas almas de forma altruísta e esperançosa ou arrancar nosso discernimento e nos entregar ao desespero silencioso e invisível. É um dos melhores filmes dos últimos anos, mas, é necessário admitir, ele é lento e com um ritmo muito próprio, ele não tem intenção de te entregar absolutamente nada, apenas joga ideias em sua direção, fazendo que você se questione por dias: Qual é a verdade?

Trailer:

Nota:

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