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Crítica | O Milagre

Uma enfermeira adentra em uma trama de segredos, com objetivo de salvar uma garota da morte.

O Milagre, filme recente da Netflix e estrelado pela Florence Pugh, é um drama psicológico surpreendente.

Nossa protagonista é uma enfermeira, chamada para vigiar uma garota, que teoricamente se encontra quatro meses sem se alimentar, tornando ela um grande milagre, e assim, adentramos em uma trama que irá debater tópicos sensíveis, como abuso, religião e até onde uma pessoa irá pelos seus próprios interesses.

Retomando a grade fome que já a Irlanda passou, é degradante ver uma criança passando fome, ainda mais com uma manipulação tão vil, não se preocupe, isso não é um spoiler, no momento que Lib, nossa protagonista, começa a vigiar a menina, é notável suas forças sumindo e as sequelas da falta de uma alimentação, deixando óbvio que era uma farsa até aquele momento, mas por alguma razão desconhecida, aquela criança continua fingindo que não precisa de nenhum alimento, mesmo com a morte tão próxima dela.

Fonte: Internet

Anna é interpretada pela Kila Lord Cassidy, ela e Florence brilham em suas cenas, diálogos e olhares, o laço entre as duas é tão bonito de se ver, que torna o desespero da situação ainda maior, pois ela precisa salvar essa garota o quanto antes possível. Existem muitas cenas focando na comida, trazendo esse desconforto ao recordamos de Anna e também da fome que ainda atigia várias pessoas ao redor, um tema ainda mais necessário, quando olhamos para situação do mundo e do nosso próprio país. É notável o esforço de Lib em lidar com os homens de poder nessa situação, seja o médico ou o padre, eles fecham os olhos para os locais que ela aponta e ignoram suas reclamações ou conselhos, já que ambos apenas ganham com essa situação, o médico tentando compreender os efeitos na saúde da garota e o padre vendo a força que isso trazia aos fiéis(e as doações em dinheiro que eles ganhavam com isso).

Fonte: Internet

O filme com sua fotografia e trilha sonora, trazem todo o contexto histórico, como olhar uma figura em um livro de história, sejam em seus locais, quadros ou sons, existem símbolos religiosos, locais escuros, mulheres com vários filhos. Existe toda uma crítica forte ao extremismo, seja no lado da ciência, seja no lado da religião, ambos deixam essa situação chegar ao ponto de crueldade absoluta, utilizando seus ideais como desculpas enfadonhas para tais atos, e sentimos essa fúria gelada de Lib, Florence como protagonista acaba trazendo uma força, uma tempestade da natureza no filme, a forma que ela fala, age e olha para o ambiente e os personagens, é impossível não senti-la, é fácil esquecer que estamos assistindo uma atuação e realmente crer que aquela pessoa é real, que é uma história verdadeira sendo contada. É um filme que poderia ser hoje em dia, acho que esse é o seu maior incômodo, pois todas as pequenas histórias daqueles personagens, suas vidas e segredos, e como a sociedade fracassa com eles, ainda é extremamente atual, seja na culpabilização ou na falta de segurança em pessoas que se encontram em situações específicas.

É um filme lento, mas extremamente arrasador em seu cerne, que te pega pelos braços e faz você acompanhar cada pequeno trajeto da narrativa, faz querer se aprofundar cada vez mais naquele local e em seus segredos, te coloca em pânico e raiva pela garota, mas também de carinho pela união das duas. No fim, é uma história do surgimento do amor, entre uma mulher quebrada e uma garota em perigo.

Trailer:

Nota:

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