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Cenas que marcam | Deadpool & Wolverine

Esse texto é um relato pessoal do encontro do meu eu criança e do meu eu adolescente.

Em julho deste ano, um dos encontros mais esperados do cinema finalmente aconteceu: Deadpool e Wolverine tomaram as telonas do mundo todo em um projeto que prometia trazer de volta todo um universo. Em 2017, nos despedimos de Logan em um dos melhores filmes de toda a sua saga, longa esse que prometia ser a saída de Hugh Jackman. No entanto, sete anos depois, ele está de volta. O filme, dirigido por Shawn Levy, foi marcado por uma trilha sonora sensacional, referências de histórias em quadrinhos e muito fan service. Fomos bem servidos?

Acredito que eu, assim como milhões de brasileiros, esperávamos ansiosamente pelo início de X-Men Evolution na hora do almoço no SBT. Acompanhávamos esses personagens em uma realidade um pouco diferente do usual, todos com seus problemas de adolescentes, sob a tutela de um mentor que, ao lado do Professor Xavier, orientava a molecada. O Wolverine, apesar de sua contínua cara emburrada, amava demais aqueles jovens.

Reprodução: X-Men Evolucion (2000-2003)

Talvez X-Men Evolution não tenha o reconhecimento que merece fora do Brasil, mas é inegável que foi uma companhia na infância de muitas pessoas pelo país. Nos cinemas, os X-Men foram o primeiro grupo a chegar nessa fase de construção do cinema de super-heróis. Nesse processo, conhecemos atores como Hugh Jackman e Patrick Stewart, que se imortalizaram como Logan e Professor X. Muitos atores têm a capacidade de flutuar entre personagens, afinal, teremos Tony Stark Robert Downey Jr. como Victor Von Doom, mas Wolverine é diferente: ele sempre será Hugh Jackman, independente de sua idade. Desculpe, Henry Cavill, mas esse papel não é para você…

Em 2016, um filme revolucionário para o gênero de heróis chegou aos cinemas: Deadpool. Diferente de tudo que o público havia visto até então, o longa trouxe um humor irreverente, violência explícita, a famosa quebra da quarta parede, e o carisma inigualável de Ryan Reynolds no papel principal. O filme não apenas conquistou os fãs pelo seu tom ousado e sujo, mas também encerrou com uma das melhores referências a um clássico do cinema mundial, Curtindo a Vida Adoidado.

Reprodução: Deadpool (2016)

Agora, falando sobre o aguardado encontro entre dois grandes personagens: Deadpool 3 conseguiu reunir dois melhores amigos, Ryan Reynolds e Hugh Jackman, trazendo de volta Wolverine, personagem que havia sido “aposentado” anos antes em Logan. O público estava ansioso e confuso sobre como a Marvel lidaria com o retorno de Wolverine, e o filme já começa de forma icônica com Deadpool dançando ao som de Bye Bye Bye do NSYNC, uma introdução perfeita para o tom irreverente que o longa seguiria.

A Marvel caprichou nas referências e homenagens tanto aos quadrinhos quanto ao mundo real. Um exemplo é a aparição do “Wolverine baixinho”, um pedido constante dos fãs, já que nas HQs o personagem tem uma estatura bem menor do que a de Hugh Jackman. Além disso, encontramos um Wolverine mais sombrio, deprimido, alcoólatra e com aquela expressão característica de poucos amigos.

Reprodução: Deadpool e Wolverine (2024)

É claro que houve bastante quebra da quarta parede, abordando constantemente a compra da Disney pela Fox, e até o chefão da Marvel, Kevin Feige, foi alvo das piadinhas de Wade Wilson. Assim que os personagens chegam ao vazio, já vemos a famosa logo da Fox ao fundo, um despretensioso cenário do filme, mas que foi implementado de uma forma simplesmente genial.

Os fan services foram um ponto forte do filme. As salas de cinema foram à loucura quando Chris Evans, em uma aparição surpresa, disse a famosa frase “Em chamas!”, remetendo ao seu papel como o Tocha Humana nos antigos filmes do Quarteto Fantástico. Isso, somado às aparições de personagens queridos como Dentes de Sabre, Elektra, Blade, X-23 e Gambit, fez com que o público vibrasse a cada nova surpresa.

Reprodução: Deadpool e Wolverine (2024)

Este filme também nos proporcionou finalmente ver os personagens da Fox nesse imenso multiverso que é o da Marvel. No vazio, estava a principal vilã e irmã do Professor Xavier, Cassandra Nova, uma antagonista que trouxe ameaça a cada cena. Ameaça essa que culminou em uma ótima batalha dos mutantes contra sua tropa. Impossível não sentir como se estivesse assistindo novamente um episódio de X-Men, seja o Evolution, seja o clássico dos anos 90.

Um filme que se empenhou em agradar acima de tudo os fãs não poderia terminar sem o Wolverine finalmente usando sua icônica máscara. Um personagem que fez parte do crescimento de tantas pessoas nos cinemas, estando na estrada há quase 25 anos, nunca havia utilizado sua maior marca, que é o traje. Mas Deadpool & Wolverine fez questão de nos proporcionar isso! São muitos momentos para lá de memoráveis que é impossível não citá-los: como o cachorrinho de Deadpool, a batalha contra a tropa Deadpool e o Wolverine sarado ao som de Madonna.

Reprodução: Deadpool e Wolverine (2024)

E, para finalizar, não posso deixar de mencionar os créditos. Sim, os créditos, que demonstram o quão especial foi esse filme. O simples fato de os créditos rolarem ao som de Good Riddance do Green Day, enquanto cenas dos bastidores dos filmes dos X-Men aparecem, é como um abraço no coração. Foi muito especial acompanhar tudo isso. Talvez os filmes não sejam extremamente perfeitos, mas as memórias de assistir a esse universo, ainda em DVD, não serão esquecidas.

Esse filme deixa mais claro do que nunca o que o fã de heróis realmente quer quando entra numa sala de cinema. Esses personagens estão presentes na vida de muita gente por tantos anos e, às vezes, o simples é o que mais cativa esse público. Logan e Wade Wilson protagonizam o grande momento de cinema do ano, e tudo indica que isso é apenas o começo de um futuro muito promissor para todo esse universo. Um promissor futuro que pode transcender as barreiras multiversais da Marvel.

Esse texto foi escrito enquanto eu escutava:

Good Riddance – Green Day

The Emptiness Machine – Linkin Park

The Real Slim Shady – Eminem

It Was A Good Day – Ice Cube

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