Novos favoritos e com atualizações coerentes, a cerimônia da academia britânica está mexendo com o termômetro para o Oscar
Textos cinematográficos transcendentes são o coração pulsante da editoria de Redação do Cinecom. E não dá para falar dos ápices da escrita para o segmento do audiovisual sem reconhecer as contribuições britânicas. Por isso, é um prazer, e não posso deixar passar essa oportunidade de remontar um pouco dessa tradição da indústria dissecando o British Academy of Film and Television Arts (BAFTA).
A cerimônia, anual desde 1949, ocorreu neste ano no dia 19 de fevereiro, mas foi transmitida oficialmente apenas no Reino Unido. Considerado um dos termômetros para ganhadores do Oscar, a premiação estremeceu algumas das apostas mais promissoras.
Tudo em todo lugar ao mesmo tempo (2022) da produtora queridinha dos cinéfilos, A24, uma das favoritas para melhor filme, teve dez indicações, mas apenas uma vitória por melhor montagem. Outro forte concorrente, Os Banshees de Inisherin (2022), foi indicado também à dezena e levou quatro prêmios, assim com Elvis (2022), ambos assim ocupando a segunda posição de maiores ganhadores, ficando atrás da grande estrela da noite: Nada de Novo no Front (2022).
A obra alemã, baseada no livro de mesmo nome e adaptada pela Netflix, é a típica história do jovem soldado que começa sua jornada na guerra com uma visão idealizada do serviço ao país e, aos poucos, vai conhecendo as crueldades das batalhas enquanto as vive. Foram 14 indicações e sete vitórias.
Outros momentos memoráveis foram as vitórias de Cate Blanchett como Melhor atriz por Tár, Austin Butler como Melhor Ator por Elvis e Barry Keoghan como Melhor Ator Coadjuvante por Os Banshees de Inisherin.
No geral, os recortes divulgados pelos canais oficiais da academia britânica mostram uma noite típica de premiações, mas que soube entreter sem cair nos mesmos erros do Oscar de 2022.
Grandes cerimônias das academias de cinema há um tempo tem carregado uma tradição de serem monótonas, arcaicas e que, principalmente as estadunidenses, não refletem bem os maiores destaques do cinema. Recentemente, como mencionado no exemplo do Oscar do ano passado, outro problema tem sido forçar uma atmosfera mais atrativa para o público mais jovem das redes sociais; até então a tentativa foi frustrada. Mas o BAFTA trouxe surpresa, emoção polarizante, algo pelo que se esperar na indústria, soube trazer algumas atualizações – como a performance da artista Little Simz, rapper britânica em ascensão – tudo isso sem trair sua essência e seu público fiel.
Revelações da indústria premiadas na categoria “astro em ascensão” são sempre alguns dos destaques mais valiosos da cerimônia. Nomes como John Boyega (Star Wars) em 2016, Tom Holland (Homem Aranha) em 2017, Daniel Kaluuya (Corra) em 2018 e Emma Mackey (Sex Education) agora em 2023 mostram como, além de ser uma vitrine de alguns dos melhores textos para audiovisual na indústria, a academia tem um histórico invejável de catapultar talentos que marcam gerações – e, no cinema, o que é uma boa história sem um interlocutor à altura para contá-la?
Fontes:
https://www.moviecars.com.br/blog/entenda-o-que-e-a-temporada-de-premiacoes-do-cinema/#:~:text=O%20BAFTA%2C%20entregue%20pela%20Academia,conta%20com%20aproximadamente%206500%20membros.
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2023/02/bafta-2023-anuncia-seus-vencedores-as-vesperas-do-oscar-acompanhe-a-lista.shtml
https://cinemaemfoco.com/o-festival-internacional-da-academia-britanica-de-cinema-bafta/
https://pt.wikipedia.org/wiki/BAFTA_de_melhor_ator_ou_atriz_em_ascens%C3%A3o