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Califado: Um grito de alerta para as mulheres

Ser mulher não é e nunca foi fácil em nenhuma parte do mundo, e essa minissérie cuidadosa e forte vai te ajudar a entender os pesadelos vividos por muitas no Oriente Médio

As mulheres são perseguidas e oprimidas das mais variadas formas e nas mais diversas regiões, que não cabe listar nesse texto, pois infelizmente seriam gastos páginas e mais páginas. Em qualquer lugar do mundo, é difícil imaginar que alguma mulher se sinta 100% segura, e em alguns países esse sentimento chega a ser até mesmo escasso. Alguns países do Oriente Médio são bons exemplos disso, sendo essa uma das áreas de maiores conflitos. Ressalva para dizer que todos os países dessa região possuem cada qual sua cultura e crenças e devem ser respeitados, e que o abordado aqui são as problemáticas que vemos principalmente na desigualdade de gêneros e nas formas de governo ou crenças extremistas, que anule e fira não só o direito de liberdade de outros seres humanos, mas suas vidas. Vidas essas que são, muitas vezes, vistas apenas como um produto, seja pelo tráfico humano, tráfico de órgãos ou da prostituição. A realidade das mulheres nesses países não é algo que é pautado com frequência em nosso dia-a-dia, mas que certamente deveria.

A indicação de hoje é mais do que um produto para entretenimento é um alerta de utilidade pública. Califado é uma minissérie de drama sueca, dirigida por Goran Kapetanoviić, que conta a história de três mulheres: Fátima (Aliette Opheim), uma agente do Serviço de Segurança Sueco, Pervin (Gizem Erdogan), uma jovem mãe casada com um membro do Estado Islâmico, e Sulle (Nora Rios), uma adolescente muçulmana de 15 anos que vive na Suécia, suas vidas são interligadas devido a um suposto ataque terrorista sendo planejado contra a Suécia. A religião muçulmana e os preconceitos que os seguidores de Alá sofrem fazem parte da série, mas também o extremismo e a tragédia que infelizmente alguns deles causam, além de vermos como o aliciamento de menores ocorre e se desenvolve. Ao assistir, você pode contar com personagens bem desenvolvidos, atuações excepcionais e um tratamento imparcial, mesmo sendo uma relação entre o Estado Islâmico, grupo extremista, e um país da Europa.

Ter em mente que o que é retratado ao longo dos oito episódios não é um acontecimento à parte, mas a realidade de muitas mulheres, pode ser extremamente desconfortável e sufocante. Basta uma rápida busca em plataformas como o youtube para encontrar dezenas desses relatos, que nascem desde as formas mais esperadas quanto inimagináveis. E entender que mulheres que optam por fugir para esses países, muito provavelmente não esperavam a realidade com as quais são confrontadas. São vítimas, e todos, mesmo sob vigilância e cuidado, estão expostos a se tornarem uma. É importante não subestimar o poder de manipulação de um ser humano, e não fortalecer o sentimento esnobe de que jamais seriamos uma dessas pessoas. 

Apesar da angústia que a produção pode causar, reforço a importância da mesma e que as informações e realidades ali retratadas sejam discutidas entre grupos, principalmente de mulheres, em uma tentativa de evitar que o número de vítimas enganadas continue crescendo.

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