É na solidão que nossos maiores medos se afloram e os fantasmas vêm nos assombrar
Se você é um daqueles que usa o Halloween como desculpa para assistir filmes de terror mas enjoou de ver os mesmos sempre, então você precisa conhecer Kairo, filme de terror japonês dirigido por Kiyoshi Kurosawa, lançado em 2001, que foge do óbvio ao não demonizar o sobrenatural.
A trama se inicia com o sumiço e suicídio de Taguchi, um jovem programador que trabalha em uma floricultura. Após sua morte, seus amigos começam a também testemunhar uma série de episódios aterrorizantes e inexplicáveis.
Do outro lado de Tóquio, Ryosuke e Harue tentam desvendar os mistérios por trás de um site que exibe imagens de um homem em um quarto escuro, enquanto desaparecimentos de pessoas se tornam frequentes em toda a cidade.
Muito além de um filme sobre fantasmas, Kairo é uma reflexão sobre como a frieza das relações construídas atualmente, a solidão do mundo contemporâneo e os temas vida e morte se relacionam em uma sociedade recém aberta para a imensidão da internet.
Os efeitos especiais podem até não ser o forte do longa, mas o filme compensa em cenas de terror bem construídas acompanhadas de uma sonoplastia impecável que compõe a aura fantasmagórica presente na trama.
Com isso, Kairo consegue se afastar do padrão de filmes do gênero, que utilizam de jumpscare (técnica para assustar o espectador com mudança repentina da cena e trilha sonora estridente) a todo momento, e ainda se manter assustador.
Depois do lançamento, o longa tornou-se um cult do terror e até ganhou uma adaptação norte-americana, chamado Pulse (2006), que não agradou em nada a crítica nem o público. Então, nada mais justo do que assistir logo a versão original.
Para uma melhor experiência, a dica (e desafio!) é assistir ao filme sozinho, de madrugada e no escuro. Toparia?
Confira o trailer:
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