Viagem no tempo e romance, será que eles realmente se complementam?
Ao completar 21 anos, Tim Lake (Domhnall Gleeson), descobre que tem um dom especial: ele pode voltar no tempo dentro de sua própria vida. Basta entrar em um lugar escuro, fechar os olhos e se concentrar em um momento do passado, essa premissa vai muito além da ficção científica e se transforma em uma emocionante história sobre amor, família e a importância de aproveitar cada instante. Mas será que esse poder realmente muda sua vida para melhor?
Tim passa a usar esses “poderes” para então encontrar a mulher da sua vida e acaba conquistando Mary (Rachel McAdams), e a partir disso ele molda o seu relacionamento baseado no feedback de vergonhas e situações embaraçosas da sua vida. No entanto, ao longo do filme, o protagonista percebe que o verdadeiro segredo para uma vida feliz não é consertar o passado, mas aprender a viver cada momento.

Romance que foge dos clichês
Se você gosta de histórias de amor, About Time é uma escolha perfeita, diferente dos romances convencionais, o filme não se apoia em grandes reviravoltas ou triângulos amorosos. A relação entre Tim e Mary é construída de maneira natural e encantadora, com diálogos autênticos e situações que poderiam acontecer na vida real.
O filme não tenta vender aquela ideia de um amor inatingível e perfeito, ao invés disso, ele nos mostra que relacionamentos reais são feitos de pequenos momentos – encontros desajeitados, conversas profundas antes de dormir, jantares em família, e até mesmo brigas bobas. A química entre Domhnall Gleeson e Rachel McAdams torna tudo ainda mais possível, e é impossível você assistir o filme até o final, e não shippar o casal.
Retrato emocionante da relação entre pai e filho
O romance é um dos pontos altos do filme, porém a relação de Tim com seu pai (interpretado brilhantemente por Bill Nighy) é o verdadeiro coração da história. O pai de Tim é o responsável por revelar o segredo da família sobre a viagem no tempo, mas sua maior lição para o filho não está nos “poderes”, e sim na maneira como ele vive sua própria vida.
Os momentos entre Tim e seu pai são repletos de diálogos profundos e toques de humor, e conforme o filme avança, essa relação se torna ainda mais comovente, nos lembrando da importância de valorizar aqueles que amamos enquanto ainda temos tempo.
Se sua relação com seu pai ou alguém que desempenha esse papel na sua vida é próxima, pode preparar os lenços, porque algumas cenas vão te emocionar de verdade!

[SPOILER]
Uma visão única sobre a vida e o tempo
Ao longo do filme, Tim percebe que, apesar de poder voltar ao passado, isso nem sempre resolve os problemas ou evita a dor. Há momentos que são inevitáveis e mudanças que simplesmente não podem ser desfeitas.
Uma das mensagens mais bonitas do filme vem no final, quando Tim decide parar de usar seus “poderes” e, em vez disso, passa a viver cada dia como se já estivesse revivendo-o pela segunda vez. Ele aprende a apreciar os pequenos detalhes da vida – um sorriso, um café quente, um dia chuvoso, um abraço apertado.
Essa ideia nos faz refletir sobre a forma como vivemos. Quantas vezes passamos os dias no piloto automático, reclamando das pequenas coisas e deixando de notar a beleza ao nosso redor? About Time nos lembra que a felicidade não está em grandes acontecimentos, mas nos pequenos momentos que compõem a nossa rotina.
O equilíbrio perfeito entre humor e emoção
Mesmo sendo um filme emocionante, a obra não é excessivamente melancólica, muito pelo contrário, ela tem um humor leve e inteligente, que traz o equilíbrio certo para o longa metragem. Tim é um protagonista carismático e um pouco desajeitado, o que gera situações engraçadas, principalmente no início do filme, quando ele tenta conquistar Mary.
Os diálogos são bem escritos e naturais, tornando a história ainda mais envolvente, é aquele tipo de filme que te faz rir em um momento e, minutos depois, te deixa com os olhos cheios de água – e isso é um dos maiores méritos da direção de Richard Curtis.

Confira o trailer abaixo:
Esse texto foi escrito enquanto o autor ouvia:
Little Talks – Of Monsters and Men
When I Was Your Man – Bruno Mars
Dusk Till Dawn (feat.SIA) – Radio edit
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