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Cinedica | Sing Street

Quando a realidade é dolorosa, que pelo menos nos seja permitido sonhar

É fato que o gênero coming-of-age é um dos mais explorados quando o objetivo é contar uma história. A transição de um personagem da infância para a vida adulta nos comove, principalmente por ser esse um movimento natural da vida. 

E como a vida imita a arte (ou seria a arte que imita a vida?), não faltam exemplos bem-sucedidos dentro do campo artístico de representação da jornada de autodescobrimento e crescimento de um protagonista. Nessa lógica, o cinema sempre encontrou formas de explorar muito bem esse tema, como é o caso de Curtindo a Vida Adoidado (1986), Juno (2007), Boyhood (2014), Lady Bird (2017), Fora de Série (2019) e tantos outros.

Porém, dentre os vários filmes do gênero que eu já assisti, nenhum deles ganhou meu coração tanto quanto Sing Street (2016).

Sing Street (2016). Reprodução: Google

No longa dirigido e escrito por John Carney, mesmo diretor de Mesmo Se Nada Der Certo (2013), acompanhamos Connor (Ferdia Walsh-Peelo), um adolescente irlandês que se vê obrigado a estudar em um colégio religioso, já que os pais não tem dinheiro para mantê-lo em sua antiga escola. Em meio a tantas adversidades, o único prazer encontrado pelo personagem está nas músicas que seu irmão mais velho, Brendan (Jack Connor), lhe apresenta.

Quando conhece Raphina (Lucy Boynton), uma aspirante a modelo que sonha em se mudar para a Inglaterra, Connor decide montar uma banda com seus colegas de classe para impressioná-la e tornar-se um músico profissional.

Sing Street (2016). Reprodução: Google

Você pode até estar se perguntando o porquê dar chance para mais uma produção desse tipo, mas eu prometo que o enredo de Sing Street é apaixonante e as atuações excelentes. O longa foi inclusive indicado ao Globo de Ouro na categoria de Melhor Filme de Comédia ou Musical.

Outro ponto positivo é a trilha sonora, responsável por criar a ambientação perfeita para teletransportar o espectador para a Dublin dos anos 80, misturando canções famosas da época com composições originais. Vale ressaltar que o longa não é um musical de fato, com danças e músicas a todo momento. Então, se você também não é fã do gênero, assim como eu, não vai se decepcionar.

Além disso, o filme explora a realidade irlandesa dos anos 80, período marcado por intensas crises políticas e econômicas no país, fugindo do padrão norte-americano de coming-of-age.

Sing Street (2016). Reprodução: Google

No final, Sing Street apenas comprova que sonhar baixo nunca é uma opção quando o presente é turbulento e o futuro parece incerto.

Confira o trailer:

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