Você está visualizando atualmente Cinema e comunicação: a importância do CineCom

Cinema e comunicação: a importância do CineCom

Mais de dois anos depois, uma nova sessão chegou aos gramados das Quatro Pilastras

Dez anos. O quanto a sua vida mudou em uma década? Quantas pessoas entraram e saíram? Quantos sonhos você realizou e quantos outros você desistiu no meio do caminho? Quantos filmes e séries que você assistiu te marcaram? Parou para pensar? Tudo bem, agora podemos começar.

Esse pequeno questionamento no início deste artigo foi para que você tenha uma dimensão do que são dez anos. Muitas vezes nós ficamos com a falsa impressão do quão rápido a vida está passando pelos nossos olhos, mas isso logo muda quando nós pensamos em tudo que aconteceu nesse período de tempo. Dez anos atrás eu estava na metade da minha vida, minha única preocupação era chegar da escola e assistir à Guerreiros do Wasabi no Disney XD, hoje, com quase 20 anos, estou escrevendo este artigo para você. Mas tudo bem, por que dez anos? Por que esse fascínio? Por ser um número redondo, talvez o mais popular que existe ou simplesmente por soar bonito? Sim, poderia ser qualquer uma dessas alternativas. Mas a resposta é outra: em junho desse ano a primeira sessão do CineCom faz aniversário. A idade? Bom, acho que deu para entender o meu fascínio com o dez para esse artigo.

Sim, uma década atrás, mais precisamente no dia 03 de junho de 2012, os gramados das Quatro Pilastras da UFV receberam a população viçosense para aquela que seria a primeira sessão do CineCom, o projeto de extensão do curso de Comunicação Social que tem como principal objetivo levar a cultura do cinema de uma maneira gratuita e de qualidade para todos aqueles que se interessarem em obter essa experiência que somente a sétima arte pode proporcionar.

Reprodução: CineCom

Naquela noite de domingo, às 19 horas, o romance Casablanca foi exibido, se tornando o primeiro longa-metragem apresentado pelo projeto. De lá para cá, dezenas de outros filmes foram exibidos pela engrenagem motora do CineCom, obras que vão desde Em Ritmo de Fuga, As Vantagens de Ser Invisível e Intocáveis até Rei Leão, A Origem dos Guardiões e O Mágico de Oz. Com tantas sessões, mais do que uma reputação foi criada, uma relação de muito carinho e afeto entre o projeto e a população de Viçosa nasceu.

Os grandes cartazes espalhados pela cidade indicando uma nova sessão no campus da UFV eram o suficiente para reunir um público fiel que marcava presença nos longas exibidos. O CineCom possui a capacidade de marcar a vida de todos que tiveram algum tipo de contato com o projeto, basta perguntar para alguém que de alguma forma esteve conosco nessa década.

Por quase oito desses dez anos, a democratização do acesso ao cinema foi a principal engrenagem motora do nosso projeto. As sessões que eu mencionei acima são o CineCom em sua essência mais pura. E bom, uma pandemia aconteceu.

Nesses últimos dois anos, muito se questionou sobre o CineCom, fosse a qualidade do projeto ou os produtos que nós ofertamos, contudo, apenas aqueles que vivem o CineCom conseguem descrever com exatidão tudo que passamos. Eu sempre gostei muito de fazer analogias, meus amigos já estão acostumados com isso, logo vocês também se acostumam e, para hoje, quero fazer uma bem simples. Pense que você é o principal atacante de um grande time de futebol e por dois anos você estaria completamente proibido de fazer gols; você entra em campo, fica os 90 minutos, mas você não pode fazer aquilo que deveria ser a sua principal função, não por vontade própria, você simplesmente está proibido. Claro, você pode continuar em campo, dando passes e ajudando na marcação, mas justamente o gol, aquilo que mais esperam de você, é impossível. E com a ausência dos gols, chovem críticas para cima de você. Sim, todas críticas são bem-vindas, aceitamos e devemos saber lidar com elas, mas nessa situação em específico elas seriam justas? Não é algo que aconteceu por sua vontade própria, uma força maior simplesmente ordenou que você não poderia fazer aquilo que todos esperam de você. Bom, foi assim com o nosso projeto.

Reprodução: CineCom

Os mais de dois anos sem as sessões ao ar livre fizeram com que nós perdêssemos o nosso principal produto, que nos readaptássemos às condições impostas pela pandemia que afetaram todo os cantos desse mundo, e foi isso que nós fizemos.

Eu escrevo esse artigo não como membro, mas sim como alguém que ama e defende esse projeto. De tudo que me motivou ir estudar jornalismo na UFV, ter a possibilidade de participar do CineCom sempre esteve entre as principais razões.

Nessa terça-feira, 03 de maio, no gramado das Quatro Pilastras, o CineCom retornou com a exibição do longa O Menino e o Mundo, animação brasileira indicada ao Oscar. Foi a minha primeira sessão, talvez também tenha sido a sua, talvez você já esteja familiarizado com o nosso principal produto, o que importa é que, se possível, você compareça. Você é a razão do nosso projeto existir. Você que assiste aos nossos vídeos, ouve nossos podcasts, lê o que escrevemos e acompanha as nossas redes sociais, venha prestigiar as nossas sessões, venha viver o CineCom.

Em dois anos nós nos reinventamos e nos desdobramos, nós resistimos. Cinema é arte, e a arte resiste. Comunicar é arte, e nós resistiremos. Dos pilares que poderiam sustentar esse projeto, a nossa base se apoia em dois dos mais fortes. O CineCom é muito maior do que qualquer adjetivo ou substantivo que eu poderia escrever, o CineCom é muito maior do que eu. O CineCom resiste.

Veja também:

A dificuldade em dizer adeus

Top 5 episódios de Modern Love

Mais que entreter, filmes e séries mudam vidas

Comentários

Autor