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CineProfissão: Crítico

Aquele que controla e dita os gostos – O moldador

Ao pensar no conceito de crítico, geralmente o que mais vem à mente nos remete aos gastronômicos -como não lembrar de Masterchef ou do filme Ratatouille?- Todavia, nem só de cozinha se baseia essa profissão, muito pelo contrário! Um crítico pode avaliar músicas, livros, arte, futebol e até cinema. E é, inclusive, sobre esse último que o CineProfissão do mês se trata: o crítico de cinema.

Responsável por avaliar obras cinematográficas assim que são lançadas, esse profissional geralmente expressa sua opinião por meio da escrita; após refletir sobre a produção, ele se volta à crítica, a fim de estabelecer com o leitor um “diálogo com o que foi redigido” e deixar sua nota e opinião sobre o fruto da sétima arte (que pode ser um filme, série, anime, novela, minissérie ou qualquer outra criação voltada para as telas e telonas.)

Reprodução: Internet

Avaliando superficialmente, o trabalho desse especialista pode até parecer simples, mas essa é, na realidade, uma falsa concepção; o crítico precisa ter muito cuidado com o que -e principalmente como- vai avaliar uma cinematografia: do mesmo jeito que ao lançar seus filmes um cineasta se expõe, estando à mercê de comentários e outros tipos de julgamentos, o crítico de cinema, por sua vez, quando publica seu ponto de vista sobre qualquer obra também se expõe e muito. Em um mundo cada vez mais aberto às opiniões e paradoxalmente cada vez mais fechado à boa convivência entre as divergências, o crítico é aquele que as pessoas aplaudem na concordância e, com a mesma voracidade, vaiam na discordância. Apesar dessa dificuldade dependendo da avaliação feita, sua função é muito importante dentro do cinema: afinal, é ele que dá a ‘cartada final’ a uma obra. Quanto maior o reconhecimento do crítico em questão, mais influente é sua opinião para a ‘fama’ do produto; ao mesmo tempo que uma avaliação ruim pode afetar negativamente, uma positiva é capaz de trazer alívio ao diretor: seu esforço foi, enfim, reconhecido.

O caminho da crítica profissional foi se desenvolvendo ao longo do tempo: no início -lá por 1920-, os críticos analisavam os filmes mais por seu mérito do que pelo mero entretenimento. A crescente popularização da sétima arte junto com a ascensão do conceito de astro de cinema -já em 1930- fez com que os jornais passassem a contratar e valorizar mais esses trabalhadores. Foi a partir de 1940 que as críticas começaram a tomar a forma que tem hoje: defendendo as ideias com charme e estilo e aumentando sua importância nos jornais, revistas, e -por quê não?- sites pelo mundo.

Reprodução: Roger Ebert

Se a pergunta “mas como eu me torno crítico?” passou pela sua mente, fica tranquilo que a gente explica! Para se tornar um crítico especializado era necessário possuir um diploma de Bacharel em Jornalismo, e assim se especializar no âmbito cinematográfico. Muitas universidades no Brasil oferecem esse curso, com destaque para as federais UFMG, UFRJ e UFSC e as particulares USP, ESPM e PUC. Todavia, com o avanço da tecnologia e das redes sociais, o diploma para atuar na área deixou de ser obrigatório, consequentemente expandindo o cenário de oportunidades.

Hoje, amantes da sétima arte, entusiastas e pessoas que possuem blogs e canais no Youtube a fim de difundir sua opinião, podem, também, ser chamados de críticos, principalmente se as análises tiverem algum tipo de embasamento. Todavia, é sempre importante ressaltar que a prática leva a perfeição e o estudo será sempre necessário. Assistir ao maior número possível de filmes, ler a obra de outros críticos e ter uma boa escrita é a chave para se desenvolver nesse campo. Além disso, mesmo que não seja obrigatório um bacharelado, se formar em cursos como Cinema e Audiovisual, Artes, Comunicação Social ou Jornalismo são sempre uma boa pedida, assim como aqueles voltados para a cinematografia (estes com duração de 2 anos).

Em relação ao salário, de acordo com o eSocial, um crítico de cinema ganha em média R$3.548,43 no mercado de trabalho brasileiro para uma jornada de trabalho de 39 horas semanais (no ano de 2021). A cidade com mais ocorrências de contratações e por consequência com mais vagas de emprego para a vaga é Porto Alegre – RS. Notícia boa para os porto-alegrenses! 

Aos curiosos e interessados no job, o Brasil possui muitos nomes conhecidos e relevantes na área, como Antonio Moniz Vianna (que detona clássicos como Laranja Mecânica e A Doce Vida e defende o cinema norte-americano), Isabela Boscov (responsável pela seção de cinema da Veja), Pablo Villaça (um dos principais nomes da crítica brasileira, aliando coesão e simplicidade em textos sobre filmes profundos e complexos -como Cisne Negro e Magnólia-) e, é claro, Rubens Ewald Filho (sem dúvidas, um dos maiores responsáveis por popularizar a figura do crítico no Brasil). Para quem deseja aprofundar-se mais sobre, vale a pena acompanhar alguns nas redes sociais.

Reprodução: Rubens Ewald Filho

Espero que este CineProfissão tenha te entretido e ajudado a entender mais sobre a função do crítico de cinema, profissão tão importante para o destino da obra cinematográfica. A partir de agora, assistir um filme ou série fica até mais interessante; afinal, como não se sentir um próprio crítico?

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