Você está visualizando atualmente Crítica: Daybreak
Imagem: Reprodução

Crítica: Daybreak

Netflix renova clichês pós-apocalípticos e traz o drama adolescente em uma comédia muito bem-vinda

 

 

Produções que envolvem zumbis numa era pós-apocalíptica atraem cada vez mais um público fiel – desde obras como Guerra Mundial Z a franquias de Resident Evil -, principalmente se a obra tem uma mistura de comédia em meio a todo o drama. Zumbilândia é uma garantia do sucesso dessa experiência. Daybreak, série da Netflix que estreiou em 2019, deixa sua marca no gênero e introduz o caos adolescente com um pouco de amadurecimento (diverte, mas não é muito revolucionário). A série é inspirada na graphic novel de Brian Ralph e é ambientada em um mundo em que, após ser atingido por bombas biológicas, apenas jovens com menos de 19 anos sobrevivem, com os adultos se tornando seres irracionais, repetindo apenas o último pensamento antes da morte. Colin Ford nos introduz a Josh Wheeler, um adolescente canadense que sobrevive graças às viagens de caça que teve com o pai.

Daybreak brinca com a interação entre os adolescentes, com a divisão social da escola americana agora dividindo as partes da cidade – riquinhos em um grupo, atletas em outros, líderes de torcida e assim por diante. Há uma mudança frequente na figura do personagem principal e, assim, uma mudança também na narração. Começamos a série acreditando que Josh é o personagem central da história enquanto ele está à procura de Sam – uma garota por quem se apaixonou antes do fim do mundo -, meio perdido em um complexo de herói. Mas ao longo dos episódios vemos diferentes personagens com quem ele esbarra narrando suas aventuras e de maneiras diferentes entre si – Josh e Angelica narram em primeira pessoa, Wesley já tem sua vida narrada a partir do rapper RZA.

Apesar da renovação em alguns aspectos dos clichês pós-apocalípticos, Daybreak se perde um pouco nas referências a outras produções, que muitas vezes que não fazem sentido no contexto em que são introduzidos. São referências de games, filmes e séries que datam de até décadas atrás e de todos os gêneros – ao mesmo tempo que diversifica, são poucos os que os reconhecem. As reviravoltas também são um problema na série. Enquanto o maior plot twist é bem construído ao longo dos 10 episódios, algumas reviravoltas menores que ainda têm importância no enredo são dadas com menor preparo do roteiro e não recebem a devida atenção.

Daybreak conta com um elenco jovem promissor e divertido, que inclui nomes como Colin Ford, Alyvia Alyn Lind, Sophie Simnett, Austin Crute e Cody Kearsley. É improvável que você chegará ao final do décimo episódio sem se identificar com um de seus personagens em algum momento – ou ao menos entender suas motivações. No entanto, ainda assim, a dupla de adultos formada por Krysta Rodriguez e Matthew Broderick é a mais divertida. A série foi cancelada na primeira temporada, mas não deixa de valer a pena. Mesmo presa aos clichês dos filmes de zumbis, Daybreak diverte pelo retrato da adolescência e pela sátira ao gênero.

https://www.youtube.com/watch?v=fUMBd25y9wM

 

Nota:

Comentários

Autor