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Crítica: Ele é demais

O clássico de 1999 agora em um remake com os papéis invertidos. A produção perfeita para os apaixonados por clichês adolescentes!

A crítica de hoje é da mais nova estreia no catálogo da netflix: Ele é Demais (2021), dirigido por Mark Waters. O filme, que é um remake de Ela é Demais (1999), agora traz um ponto de vista diferente de seu antecessor, dirigido pelo mesmíssimo diretor.

Antes, a trama era desenvolvida a partir da transformação de uma garota comum na mais nova rainha do baile e tudo isso devido a aposta entre o garoto mais popular da escola e seus amigos. Bem clichê, do jeito que nós, amantes de comédias românticas, amamos!

Já no remake, há uma subversão da história inicial: quem é popular é a garota e um garoto será transformado em rei do baile.

Padgett Swyer (Adison Rae), uma influencer digital, tem sua vida virada de cabeça para baixo após descobrir uma traição ao vivo e ter viralizado negativamente na internet. Para tentar recuperar seus seguidores e contratos lucrativos, ela faz uma aposta com suas amigas afim de transformar qualquer um em alguém popular, o rei do baile, e assim confirmar a todos que ela pode fazer qualquer coisa. Com isso, ela acaba conhecendo Cameron Kweller (Tanner Buchanan), um garoto estranho e retraído inicialmente, mas que aos poucos muda tudo que Padgett pensava.

É impossível ver o filme de 2021 e não comparar com o original, afinal se tratam de remakes e as semelhanças estão nos detalhes. Felizmente, o filme atual alcançou seu objetivo de aquecer nossos corações com um romance teen e nos fazer pensar em como as coisas mudaram de 1999 para cá.

Como dito anteriormente, é impossível não ver o filme sem fazer comparações, mas assistindo só tive considerações positivas. É incrível ver a personagem principal em uma “posição de poder”, sendo a modificadora e o elo mais forte da relação, o que contrasta o filme original; a protagonista é uma garota que corre atrás do que quer e não se deixa levar pelo que os outros dizem – apesar de no começo se importar demais com isso. Já o garoto, apesar de ser retratado como estranho logo de cara, sempre foi demais, ele só precisou ser polido e apresentado a popularidade. Ninguém é apenas uma coisa, ninguém está sujeito a sempre errar ou acertar, até Padgett que é a mais popular da escola foi descartada facilmente e precisou lutar para voltar ao que era antes – e está tudo bem! Muita coisa mudou entre os dois filmes, mas a fórmula base ainda funciona e gerou um clichê e tanto.

A transformação de Cameron foi muito além de tirar os óculos do personagem e pentear o cabelo, como geralmente vemos nos filmes de comédia romântica: ele se abriu para as pessoas e entendeu sentimentos que estavam enterrados dentro de si, além de ter repaginado seu visual. Padgett não mudou apenas suas percepções sobre seu par, mas também sobre si mesma, além de ter compreendido seus sonhos e escolha de vida ao longo da trama.

Ah! E Uma coisa que me chamou muuuita atenção foi a trilha sonora na cena final, identifica ao filme original! Quem não amou ouvir Kiss Me quando os personagens finalmente se resolveram? Porém, como em todo bom remake, houve algumas modificações: a música original de Sixpence None the Richer, agora se tornou um remix feito por Cyn! Interessante, não é? E tem mais detalhes assim ao decorrer do filme atual para apreciarmos e desvendarmos.

A releitura do filme original soube modificar e trazer para os dias atuais, na medida certa, questões recorrentes em seu antecessor, mas de forma inusitada: ainda apreciando a beleza interior acima da exterior, o filme de 2021 não descarta totalmente essa segunda, mostrando que ambas tem seu espaço de formas distintas.

Ele é o cara é pensado para todos os gostos! Os adolescentes que nunca viram o filme original, conhecerão a história a partir de uma visão que abrange a realidade atual, com as redes sociais e o impacto de seu uso, e os adultos que já conheciam a versão original, irão relembrá-la e se interessar pelo exercício de comparação dos detalhes entre as duas adaptações. Além disso, assistir o remake pode fazer com que muitas pessoas que não conheciam o original assistam ao filme de 1999 para ver a história sob outro ponto de vista, e assim poderão apreciar um clichê clássico do jeitinho que amamos!

Nota:

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