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Crítica | Homem Aranha: Longe de Casa

Homem-Aranha Longe de casa encara o difícil desafio de explicar as pontas soltas deixadas por Ultimato e apontar a direção dos próximos filmes do MCU enquanto faz um longa contido, divertido e pé no chão.

 

Depois de um filme de grandes proporções, tanto no senso de perigo, emoções e quantidade de super herói, como Vingadores: Ultimato – que já fizemos uma crítica aqui no nosso blog – Homem- Aranha: Longe de Casa chega sendo um dos filmes mais contidos e pé do chão. Se é que um filme que conta a história de um adolescente com poderes de aranha querendo ser um garoto normal e conquistando a garota que ele ama em uma viagem escolar pela Europa pode ser descrito como contido, né? Trazendo assim o grande dilema de Peter Parker/Homem-Aranha sobre “com grandes poderes, vem grandes responsabilidade!”, atualizado para uma nova geração.

Mesmo tendo a complicada tarefa de amarrar as pontas soltas do filme anterior e encerrar a Saga do Infinito, o filme ainda consegue lidar com os conflitos de Peter Parker (Tom Holland) tentando ser um garoto normal, que mesmo já tendo ido para o espaço quer ter um pouco de paz nas tão sonhadas, e merecidas, férias. De todas encarnações do “teioso”, a parceria entre Sony e Marvel, é a primeira que melhor trabalha esse aspectos. A forma como eles dão continuidade ao drama do último filmes dos Vingadores e também trabalham o humor em cima disso, é o ponta pé perfeito para sabermos lidar com o tom do longa. Jon Watts, diretor, e Chris McKenna e Erik Sommers, roteiristas, conseguem transpor bem o conflito de um garoto tendo que lidar com problemas de um adulto. Além disso, conseguiram também, com a ajuda dos atores, criar um bom elenco de apoio, que apesar de serem caricatos são um dos pontos essenciais para o bom funcionamento da trama.

O longa não é de longe o melhor do MCU em quesito de humor, mas tenta balanceá-lo com a ação. As cenas com Misterio e os Elementais são incríveis, e isso não por serem megalomaníacas, justamente pelo contrário. Elas são contidas – exceto a do último ato – e ágeis, mas mesmo assim fazem você vibrar e torcer pelo herói. Os embates contra o Mistério são um show à parte e lembram bastante as cenas dos quadrinhos, só que com algo a mais: a forma que Watts conseguiu traduzir isso para as telonas foi brilhante.

Mas nem tudo aqui são flores. Mesmo sendo um dos melhores filmes em todas três encarnações recentes do personagem, ainda existem falhas. Muitas vezes o roteiro se torna excessivamente explicativo, quase insultando a inteligência do público. Enquanto existe a forçação de barra, nem um pouco sutil, de que o Homem- Aranha assuma o legado do Homem de Ferro, mas isso provavelmente só irá chatear os fãs mais tradicionais das revistas em quadrinhos. 

Mesmo com esses defeitos, o filme não perde seu encanto. Obviamente não podíamos esperar um tipo de obra diferente da própria proposta do estúdio e mesmo com o peso de ser o filme após de Ultimato, ele consegue explicar as pontas soltas, situar como as pessoas normais vivem em um mundo onde 50% das pessoas sumiram e voltaram 5 anos depois conforme eram antes do estalo. No fim, Homem-Aranha: De volta ao lar é só mais um capítulo da jornada de amadurecimento e auto-descoberta de um jovem Peter Parker. Vale acrescentar que as cenas pós-crédito aqui mostradas, talvez sejam as melhores em tom de concluir o filme que passou e mostrar o que ainda está por vir.

 

 

Nota do filme:

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