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Crítica | Jogos Vorazes: Cantiga dos Pássaros e das Serpentes

De volta à arena: Jogos Vorazes volta às telas do cinema, num equilíbrio entre familiaridade e aprofundamento da obra e seus personagens.

Para os fãs da saga, não se preocupem: Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é uma adaptação digna de Jogos Vorazes. Há onze anos, Katniss Everdeen conquistava uma legião de fãs ao ganhar a 74º edição da competição e, esse ano, Suzanne Collins leva às telas de cinema um protagonista que anda numa linha tênue entre o herói e o vilão.

O novo filme da franquia foi dirigido por Francis Lawrence, que já conhece muito bem o universo da saga. Lawrence, responsável por “Em Chamas” e “A Esperança”, partes I e II, a toda a equipe de produção mantiveram a qualidade e as características que os fãs amam.

A prequel nos traz uma Panem pós-guerra. A Capital ainda busca se reerguer e procura a melhor maneira de punir os distritos e restaurar a ordem do país. Os Jogos que acompanhamos nesse filme ainda estão longe daqueles que conhecemos na saga original.

**Spoiler**

Inclusive, na décima edição, a retratada no longa, é a primeira a ganhar mentores. E já é explicito de cara que o objetivo deles não é, necessariamente, manter os tributos vivos, mas sim gerar entretenimento para atrair a atenção da população; afinal, os jogos não existem sem o público.

Para dar início a essa nova característica da competição, a Academia seleciona vinte e quatro alunos que estão se formando para essa posição. A fim de incentivá-los nessa tarefa, lhes é prometido um prêmio em dinheiro no final, e, é por ele que nosso protagonista, Coriolanus Snow, vai lutar. 

Ainda afetado pela guerra, Snow precisa do prêmio para pagar a faculdade e manter sua posição social na Capital. Entretanto, ao ser designado como mentor da garota do Distrito 12, o garoto vai ter que se esforçar dobrado para chamar atenção dos organizadores e garantir sua vitória.

Pensando em como pode melhorar suas chances, Coriolanus vai contar com todo o carisma e talento de Lucy Gray e criar estratégias que começam a transformar os jogos no que a gente conhece. Acompanhamos, então, o desenvolvimento de uma relação de dois personagens de origens distintas, mas que vão lutar pelas suas próprias sobrevivências.

Reprodução: Jogos Vorazes Cantiga dos Pássaros e das Serpentes (2023)

O filme é envolvente do início ao fim. Com Tom Blyth como Snow, podemos experienciar o protagonista em sua totalidade; o ator consegue passar todas as emoções e sensações do personagem de maneira espetacular, o que nos atrai ainda mais a Coriolanus.

Já Lucy Gray é ainda mais cativante. A personalidade forte da garota e a sua história nos fazem torcer por ela, enquanto somos encantados por suas músicas.

Obviamente, as presenças marcantes de Viola Davis, Peter Dinklage e Hunter Schafer não podem ser esquecidas: os atores deixaram tudo ainda mais emocionante e envolvente. Seus personagens tem um impacto importante na vida de Snow e nada disso é deixado de lado no filme; pelo contrário, é tudo muito bem trabalhado.

Cantiga dos Pássaros e das Serpentes é espetacular!

A obra nos deixa ainda mais imersos no universo de Jogos Vorazes, trazendo novas visões sobre o cenário político de Panem, pontos importantes e reflexões sobre a natureza humana. Durante a obra, somos apresentados a diversas faces da bondade e da crueldade; o ser humano em suas mais puras formas.

Vemos os debates sobre quem nós somos, o que fazemos e quais são nossas desculpas para isso. Tudo isso é muto bem trabalhado pelos atores e pela produção, desde como cada um passou a essência de seus personagens até a caracterização que lhes foi dada.

Ainda que o filme tenha entregado uma história excelente, temos em determinados momentos uma falta de informação ou um ponto que é entregue de maneira jogada, atrapalhando um pouco na compreensão da cronologia. Não é algo que afete a qualidade em si da obra, mas deixa a desejar.

Reprodução: Jogos Vorazes Cantiga dos Pássaros e das Serpentes (2023)

Uma punição tão extrema que eles nunca esqueceriam o que fizeram.

Esse não é só mais um filme que se aproveita da fama da saga original para gerar bilheteria. Suzanne Collins nos traz a história de Snow com o intuito de adicionar informações importantes para o universo e nos fazer refletir sobre as coisas que achamos já conhecer.

Podemos descobrir como a competição surgiu, vemos um pouco do que ela era no início e o começo da transformação, a luta por sobrevivência se tornando um espetáculo e a influência de Coriolanus nela. É difícil não fazer uma comparação entre as maneiras que eles tratam os tributos nas duas edições e até mesmo as diferentes visões que os próprios distritos tem da competição.

O que começou como uma maneira de simplesmente punir os rebeldes pela guerra, torna-se um espetáculo que é aguardado pelas pessoas da Capital e uma competição que pode levar honra a alguém dos distritos. Toda essa mudança ocorre pela maneira como os Idealizadores passam a transmitir os Jogos e a mídia que se faz em cima deles.

Ainda temos a história de Snow com o Distrito 12, que começa muito antes de Katniss. Sua história com Lucy Gray vai além da arena, e é a partir dela que ele conhece o lugar de onde vem o nosso tordo. Coriolanus esperava que tudo o que viveu nessa fase de sua vida ficasse esquecido, entretanto vemos tudo voltar 64 anos depois e entendemos agora quais são os fantasmas que assombraram o presidente de Panem.

O mistério é capaz de deixar as pessoas loucas

Trailer:

Nota:

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