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Crítica | Vingadores: Ultimato

A Marvel realiza uma complicada tarefa de auto-celebração e encerramento da primeira etapa de seu universo enquanto entrega um filme épico e emocionante.

Vingadores: Ultimato culmina no fim do Universo Cinematográfico da Marvel (UCM) como conhecemos ao mesmo tempo que cria uma narrativa épica que celebra os 11 anos de história nas telonas. Quem entrou nas salas de cinema para ver Homem de Ferro mal imaginava o que esse mundo iria se tornar e o rumo em  que essas histórias se convergiram. Os filmes da Marvel se tornaram grandes geradores de dinheiro – 4 dos 10 filmes com a maior bilheteria de toda a história do cinema são deles (e Vingadores: Ultimato já já deve entrar nesta lista). Isso sem contar a popularidade que os filmes criaram, é só olhar pela rua que em menos de 10 minutos você vai ver alguém com uma camisa com o símbolo de algum herói,  vilão ou até mesmo com o logo do editora. Ultimato tem uma tarefa difícil de encerrar o arco do Thanos, direcionar a quarta fase do UCM e ainda por cima entregar um filme excelente. Afinal precisavam no mínimo ficar a altura das expectativas de milhões de pessoas. E não é spoiler nenhum afirmar que eles conseguiram.

Com trama e personagens já conhecidos pelo grande público, os Irmãos Russos não se preocuparam, de fato nem precisavam, em re-apresentar conceitos, muito pelo contrário, a ideia do filme é presentear os fãs da franquia durante todas as três horas do filme. Devido a quantidade absurda de personagens em tela era de se esperar que alguns fossem mal aproveitados, o que até acontece um pouco, porém isso não afeta nenhum pouco a qualidade do filme. Stephen McFeely e Christopher Markus já conhecem os personagens muito bem, sabem que eles já pertencem ao imaginário do público e não perdem tempo apresentando personalidade e nem explicando a audiência o que eles podem ou não fazer – afinal foram 21 filmes até esse desfecho.  E se Guerra Infinita se preocupa em apresentar Thanos e definir quem ele é, Ultimato busca retratar como os heróis estão depois de serem derrotados por ele.

Mesmo que todos os heróis tenham grande importância para o arco, é claro que alguns tiveram mais espaço em tela. O destaque fica nitidamente em Tony Stark e Steve Rogers, com Thor roubando uma cena ou outra ali e aqui. Nesse ponto é que o filme testa a memória dos fãs, as trilogias dos três, juntamente dos filmes da equipe, são as que são mais auto-referenciadas, exigindo assim que se conheça o que aconteceu no passado para que haja sentido no longa. A forma como o texto e a direção humaniza os maiores heróis da Terra é linda e serve justamente para aproximar o espectador nesse momento de encerramento, uma característica da Marvel desde sua forma original, os quadrinhos.

Desde os primeiros 20 minutos já se sabe que aquele filme não é mais um filme de herói comum. O senso de perigo aqui é real, afinal ninguém voltaria a rotina normal após metade do planeta ser dizimado, não é? O ritmo é acelerado e sútil, dando ao mesmo tempo uma sensação de urgência e desesperança. Aliando cenas de ação, comédia e dramaticidade na dosagem certa, que se passasse mais um pouco do limite poderia gerar uma trama esquizofrênica, mas por sorte nossa ocorre aqui. Toda a equipe por trás do roteiro e da direção fez um bom trabalho a fim de gerar uma trama coesa e impactante, evitando erros de continuidade entre as história que já aconteceram em filmes anteriores. As cenas de comédias são ótimas, o drama existe e de fato emociona – confesso que segurei o choro em algumas cenas – e a ação é uma das melhores já feitas pela Marvel, é de tirar o fôlego, gritar e aplaudir. Nada está ali de graça, mesmo o maior dos fã-service serve pra ajudar na construção e conclusão daquele universo como conhecemos e resolver o arco de alguns personagens – que não vou citar aqui pra evitar o spoiler.

E por falar de coisas que os fãs querem, o filme tá cheio deles. Ultimato sabe muito bem utilizar o que tem de melhor no gênero de herói e da conhecida fórmula Marvel. Isto transforma a trama em uma grande homenagem ao gênero e a própria Marvel, e ao mesmo tempo indica um novo caminho a ser seguido tanto pelo estúdio quanto pelo gênero. Então prepare seu lencinho e faça o que puder pra ver esse filme nos cinemas, pois é uma experiência imperdível, principalmente, se assim como eu, você é um grande fã dos filmes da Marvel.

 

 

Nota do Filme:

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