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Reprodução: Warrior Nun

Crítica: Warrior Nun – 1ª temporada

Uma das novas atrações da Netflix, a série com freiras guerreiras agrada a muitos, mas deixa suas lacunas

A Netflix está cada vez mais investindo em séries originais, sendo essas seguindo uma fórmula fácil de entretenimento ou não. Com produções de diversos gêneros para agradar seu público, Warrior Nun é uma das suas apostas mais recentes. A série, criada por Simon Barry, foi baseada nos quadrinhos Warrior Nun Areala, de Ben Dunn, e segue um grupo de freiras que lutam contra demônios, como parte de uma ordem milenar (e secreta) da Igreja Católica. Diferente da HQ de origem, a produção acompanha Ava (Alba Baptista), uma jovem tetraplégica que foi trazida de volta à vida quando o Halo, uma poderosa relíquia protegida por essa ordem, foi inserida em seu cadáver.

Quem poderia pensar que uma ideia tão absurda quanto uma série de ação com freiras lutadoras poderia funcionar, não é? Ela veio com a intenção de ser despretensiosa e diverte ao assumir uma premissa de filme-B, mas sem transformar sua produção em algo totalmente trash. Parece se guiar pelo conceito do absurdo, mas sem perder o ritmo e a linguagem de uma série adolescente própria da produtora. Ava é o núcleo do enredo e ele não se perde nos diversos personagens e suas narrativas. Apesar da falta de pano de fundo da história de alguns personagens – e até seus destinos depois de serem arrancados repentinamente da narrativa -, isso é algo que podemos deixar passar por sabermos, desde o início, que Ava é o personagem central da trama. Ela é alguém que nos causa empatia ao acompanharmos sua jornada para conhecer o mundo, e a vida, depois que ela recebe sua “segunda chance”. Além de, claro, nos ganhar também com seu carisma e humor ácido.

Um dos grandes diferenciais é o enfoque nos sacrifícios de cada uma das personagens para o andamento da organização, ao invés de apenas entregar Ava como uma peça fundamental e não apenas a escolhida para salvar a todos. A trama traz não apenas o embate religião versus ciência (que pode agradar a alguns, mas também pode ser cansativo e um tema batido para outros), ela também transforma o catolicismo em uma mitologia e utiliza vários elementos para uma crítica não ofensiva.

As cenas de ação – apesar dos efeitos toscos e a violência gráfica que nos relembra que é uma produção de baixo orçamento – são bem coreografadas e  satisfazem na medida do possível. Apesar de seu ritmo ser construído de forma gradual – de uma maneira que muitas produções não o fazem -, ele demora para empolgar e envolver. A série não utiliza seu roteiro de maneira eficiente para evitar que o espectador perca o interesse antes do clímax – que, infelizmente, chega apenas nos últimos episódios e deixa um cliffhanger ao final da temporada que pode ou não ser o suficiente para manter a curiosidade no caso de uma renovação.

Podemos resumir como – mas não limitado a – uma série com boas cenas de ação, trama satisfatória com momentos de alívio cômico e um final aberto que nos deixa irritados, mas ansiosos por uma nova temporada.

Nota da temporada:

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