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Crítica | Wicked (2024)

Dos palcos da Broadway até as telas do cinema, Wicked sempre impressiona

Wicked (2024) é um filme baseado em uma peça da Broadway, que, por sua vez, é baseado em um livro que subverte o clássico O Mágico de Oz. A obra conta a história da bruxa má do oeste (Elphaba) e a bruxa boa do sul (Glinda) antes dos eventos que todos nós já conhecemos.

A história de amizade entre Elphaba e Glinda é conduzida de forma empolgante e dramática, sendo um dos pontos altos do filme. O ódio retratado entre as duas é tão forte quanto o sentimento de uma paixão, como é mostrado na canção “What is this feeling?“. Aos poucos, a relação se transforma na grande amizade que vemos nascendo na espetacular cena de dança em Ozdust. Assim, a performance de Cynthia Erivo e Ariana Grande nos papéis é admirável, com Cynthia trazendo uma carga dramática espetacular à Elphaba e Ariana conseguindo trazer o ar cômico de Glinda sem se perder nos momentos mais melodramáticos.

Reprodução: Wicked(2024)

A trama não se satisfaz em apenas ser uma história de amizade das duas, mas também uma história sobre a ambição de cada personagem presente na obra. A ambição de Elphaba de ser não só aceita na sociedade, mas admirada por todos. A ambição de Glinda de se tornar uma feiticeira e fazer de tudo para permanecer com um status de grandiosidade e continuar com seus caprichos de madame sendo feitos. A ambição de toda uma classe de animais que se recusam a serem silenciados. A ambição do mágico de Oz de manter seu poder sobre a terra. O que acontece quando tantas ambições conflitantes se cruzam? O que acontece quando se descobre que seu ídolo é uma fraude? O que acontece quando se aceita a fraude? O que acontece quando se resiste? O que acontece quando as ambições de duas melhores amigas se provam ser completamente opostas?

Com tantos sentimentos à flor da pele, o filme abraça suas origens da Broadway. Quando apenas falas não são o bastante pra expressar o que passa na cabeça dos personagens, cante! As performances do filme são espetaculares do começo ao fim. O formato cinematográfico permite uma direção de cena que é impossível para um teatro e, nesse sentido, a direção se aproveita muito bem para fazer um show a parte nos visuais. A performance musical de “Defying gravity” no final do filme é de ficar na cabeça de qualquer um.

Porém nem tudo são flores, ao adaptar a peça para a sétima arte, transformaram o primeiro ato de um musical de três horas em um filme de três horas que acaba inconclusivo. A sensação que passa é que fecharam as cortinas e que daqui 20 minutos o segundo ato da história começará, porém o segundo ato só chega ano que vem, deixando o espectador pausado em um clímax que será esquecido ao longo de um ano de espera. Ao dividir o filme em duas partes a verdadeira experiência fica trancafiada até o lançamento da segunda parte.

O tempo extra que o primeiro ato recebeu nem sempre foi bem usado, as músicas, que eram para ser o que de fato move a história, muitas vezes parecem apenas sínteses do que já foi desenvolvido sendo contado novamente através da música, problema que é encarado em grande parte das sequências musicais da obra.

Apesar disso o filme consegue entreter do começo ao fim, rendendo risadas e momentos de grande emoção, sendo uma boa pedida não só para os fãs de musicais, mas para qualquer um que goste de uma boa história.

Nota:

Confira o trailer:


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