O florescer de um universo de super-heróis com toques de um gênio
Universos do cinema têm idas e vindas, não é? O nosso querido Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) é prova disso: há 4 anos, exibia nas telonas um dos seus melhores e mais lucrativos filmes da história, Vingadores: Ultimato, e, agora, aposta em obras como Thor: Amor e Trovão e Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, que, além de não ter qualquer qualidade em seu roteiro, mancha a grande reputação conquistada nos últimos anos com efeitos visuais medíocres e tentativas frustradas de fan service.
O Universo de Herói rival também não passa nada longe. Enquanto o público vibrava vendo o Homem de Ferro roubando as jóias do infinito de Thanos em 2019, a DC lançava mais um filme que seria criticado, tanto pelo público, tanto pela mídia, Shazam! e que, inclusive, teve uma bilheteria (de U$ 367,7 milhões) que não chegaria nem na metade de um dos piores filmes da concorrente: Thor: Amor e Trovão (que obteve U$ 760,9 milhões de bilheteria).
Entretanto, após o fracasso da fase Liga da Justiça de Zack Snyder (que, arrisco-me a dizer, foi o único filme decente e, pior, nem chegou a passar nas telonas, obrigando a assistir em plataforma de Streaming), a DC iniciou sua reformulação no universo. Dessa vez, com o ilustre e competente diretor James Gunn que se tornou o CEO da “Detective Comics” (DC) Studios, ao lado do produtor Peter Safran, e terá pleno espaço para desenvolver criativamente os filmes da nova fase.
Gunn foi o responsável pela produção, roteirização e direção da melhor trilogia do MCU, a dos Guardiões da Galáxia, transformando um grupo desconhecido em figuras queridas por todos os amantes de heróis. Além disso, quando foi demitido da Marvel devido aos cancelamentos de seus tweets antigos, James Gunn dirigiu e roteirizou o ótimo filme O Esquadrão Suicida (2021) já no universo da DC.
James Gunn, de fato, é um cineasta formidável. DC Comics não errou em tê-lo feito o CEO responsável pela sua nova etapa. Em uma sequência de filme que nada alcançou o público positivamente, O Esquadrão Suicida de Gunn conseguiu reverter toda visão negativa do primeiro filme. E é assim que este diretor notável dará forma a nova fase. Com filmes que não empolgaram, como Mulher-Maravilha 1984 e Liga da Justiça, o antigo universo será deixado de lado para dar espaço à criatividade e qualidade do novo CEO.
Então, para que um floresça, infelizmente (ou felizmente para “alguns”) o outro precisa morrer. E foi exatamente o que The Flash, o último filme do antigo universo, fez: caiu, mas caiu atirando. A escolha de utilizar o herói mais rápido de todos para reniciar a fase foi genial (apesar de óbvia), entretanto, o longa apresenta (e muito) resquícios de seus colegas da antiga fase. Efeitos visuais grotescos, tentativas humorísticas sem graça e o fan service como isca para fisgar o público são os três pontos negativos da obra.
Ainda assim, é perceptível os retoques suaves e delicados de Gunn na narrativa. O próprio personagem já possui uma história fortemente desenvolvida e isso é bem retratado em todo filme. A linha traçada até o objetivo, isto é, o reset total do universo, também foi muito bem reforçada, já que este foi realizado a partir dos poderes do Flash (o que não tem como não dar certo, né?!).
E, por isso, apesar dos fragmentos que ainda definem a obra como da antiga fase, The Flash conseguiu fechar o último universo um pouco menos pior do que os outros longas.
Porém, o que mais se fala (e com razão!) é sobre o florescimento do novo Universo DC. James Gunn já revelou seu primeiro filme: Superman: Legacy e até anunciou os principais atores que irão “personificar” os personagens do longa. A data de lançamento está prevista para o dia 11 de julho de 2025.
Até agora, foram anunciados: David Corenswet como Clark Kent/Superman, Rachel Brosnahan como Lois Lane, Nathan Fillion como Guy Gardner/Lanterna Verde, Isabela Merced como Mulher-Gavião e Edi Gathegi como Senhor Incrível.
Além da confirmação do Lanterna Verde, Mulher-Gavião e Senhor Incrível no filme, também teremos a aparição do cão Krypto, melhor amigo do Superman.
Devido ao silêncio de Gunn e Peter Safran, não há muitas informações sobre o filme. Todavia, os atores escolhidos para cada papel já evidenciam uma mínima parte de como pode ser a obra. O que mais se destaca é Nathan Fillion como Guy Gardner, o Lanterna Verde. O ator, que já trabalhou com James Gunn em outros filmes, assemelha-se muito com o Guy e já dublou o personagem em Lanterna Verde: Cavaleiros Esmeralda (2011). Além dele, com um Globo de Ouro e Emmy pela série Maravilhosa Sra.Maisel, Rachel Brosnahan traz qualidade ao elenco.
Não podemos deixar de lado, claro, o novo Superman. David Corenswet é a cara do personagem mais jovem. Clark Kent será muito bem interpretado pelo ator que fez sucesso em muitas séries importantes, seja em House Of Cards ou em The Politician de Ryan Murphy. O herói que veste “sunguinha” tem tudo para ser muito bem desenvolvido. Isabela Merced e Edi Gathegi também não ficam pra trás. A amiga dos aventureiros, Dory, foi interpretada por Merced nas telonas. Como mulher-gavião, Merced exibirá a personagem mais jovem, o que abre portas para uma série ou filme da heroína. Com papéis de certa relevância em X-Men: Primeira Classe e Crepúsculo: Lua Nova, Gathegi também trará o Senhor Incrível aos cinemas.
Claro, isso é apenas o início da reformulação de James Gunn no universo DC. Entretanto, uma coisa não podemos negar: o potencial do novo universo é monstruoso! Com o novo CEO que possui e muita qualidade no desenvolvimento de filmes de herói e a escolha certa dos atores para os principais personagens (o que está acontecendo!), a nova fase tem tudo para ser a melhor já feita pelos estúdios da DC.
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