Mesmo um filme de sucesso e livre para todos os públicos possui ideias que precisam ser vistas por um filtro crítico, não é mesmo?
É de fácil percepção que os filmes influenciam a vida de muitas pessoas. Tanto as ideias, quanto a linguagem, as roupas e as músicas compartilhadas são agregadas ao dia a dia de muitos espectadores.
Nesse contexto, no presente texto irei indicar o TOP 5 de filmes com abordagens que precisam ser problematizadas. Para espanto de muitos, a maioria são nossos queridinhos e frequentemente são veiculados nas telinhas; entretanto, reproduzem inúmeros preconceitos.
Assim, vidrados no entretenimento, muitas vezes, não analisamos criticamente o que está sendo transmitido. Porém, da mesma forma que ideais bem construídos corroboram socialmente para inúmeras causas que merecem atenção como antirracismo, empoderamento feminino, inserção social de pessoas portadoras de deficiência, extinção de padrões de beleza. Se mal elaborados podem fomentar práticas errôneas em nosso contexto social.
5) O Brinquedo (Richard Donner, 1982)
No filme, Jack Brown (Richard Franklin) representa um jornalista desempregado que faz bicos em uma loja de brinquedos. Até que em um dia, Eric Bates (Scott Schwartz), menino branco filho de um magnata, vai até a loja de departamentos e escolhe Jack Brown como “brinquedo”. O zelador do local decide aceitar o emprego abusivo e cheio de humilhações. As cenas são marcadas, principalmente, pelo autoritarismo do jovem garoto e a coisificação da personalidade de Jack.
4) O Diário da Princesa (Garry Marshall, 2002)
Essa comédia nos apresenta Mia (Anne Hathaway), uma garota de apenas 15 anos que é julgada em grande parte do filme por sua aparência. Como o próprio título indica, ela descobre que é uma princesa e para assumir tal título precisa passar por uma transformação para ficar “apresentável”, ou seja, alisar o cabelo, afinar as sobrancelhas, retirar os óculos…Essa transformação se tornou uma das cenas mais célebres do filme, mas vale destacar as pressões estéticas que são veiculadas.
3) Proposta Indecente (Adrian Lyne, 1993)
Essa produção reproduz a história de um casal, David (Woodrow Tracy) e Diana Murphy (Demi Guynes), os quais viviam diante de uma crise financeira e não achavam mais solução. Porém, uma proposta de um misterioso bilionário veio para os salvar: um milhão de dólares se ele dormisse com Diana. Apesar do espanto inicial, o casal aceita a proposta, pois “vender” o corpo da mulher significava o fim de seus problemas. Entretanto, esse fato motiva o fim do casamento, sendo a mulher a principal culpabilizada.
Além da objetificação do corpo feminino, outro fato marcante é que a proposta foi direcionada para o marido, como se este tivesse a guarda sobre o corpo da mulher.
2) Meninas Malvadas (Mark Waters, 2004)
Esse filme clássico nos faz conhecer a história de Cady Heron (Lindsay Lohan), uma adolescente que foi educada na África e começa a frequentar uma escola pública no subúrbio dos Estados Unidos. Nesse novo ambiente, ela recebe dicas sobre as regras de popularidade que dividem seus colegas e acaba ingressando ao grupo de elite, apelidado de “as poderosas”.
Ao assistir este filme é fácil perceber o quanto ele enfatiza os padrões de beleza que seriam dominantes. Além disso, a comédia adolescente reforça a mudança de estilo para a aceitação social. Ademais, a ideia da rivalidade feminina é uma das esferas principais que fomentam a trama.
1) O Amor É Cego (Peter Farrelly e Bobby Farrelly; 2001)
No enredo, Hal (Jack Black) é hipnotizado e passa a ver as pessoas segundo sua beleza interior. Assim, ao conhecer Rosemary (Gwyneth Kate), uma mulher obesa, ele começa a vê-la magra, com um corpo padrão. Certamente, a gordofobia está presente no filme, principalmente ao elencar que a beleza está associada à magreza. Além disso, as pessoas que não estão hipnotizadas protagonizam cenas em que caçoam frequentemente da aparência da garota.
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