Um desenho presente na infância dos anos 2000 traz consigo uma análise psicológica não tão infantil. A ursinha e seus amiguinhos não foram feitos somente para o entretenimento de crianças.
Winnie-the-Pooh é uma produção de Alan Alexander Milne, trazida ao público pela primeira vez em 1926 no Reino Unido. Ursinho Pooh e seus amigos foram inspirados nos brinquedos de pelúcia de seu filho, Christopher Robin, e seus diversos faz-de-contas, colocando palavras vívidas em contos dessas historinhas. Hoje, com diversos livros e desenhos animados, ainda é possível encontrar os filmes e séries no catálogo da Disney +.
E o que tem a psicologia nisso? Os moradores do Bosque dos Cem Acres possuem características que explicam seus comportamentos ambíguos em suas aventuras. Baseado nos resultados da pesquisa canadence Canadian Medical Association, os transtornos psicológicos dos personagens podem nos ensinar um pouco mais sobre a saúde mental para além das figuras carismáticas.
Confira abaixo!
- Christopher Robin
O nome do seu filho ao único personagem humano, foi através dessa imaginação entusiasta que surgiu todo esse universo. O fato de o garoto falar com seus animais de pelúcia mostra a falta de supervisão familiar, demonstrando uma carência social e afetiva com os pais e outras figuras humanas. Entretanto, o comportamento de Robin, que inclui dialogar, fugir da realidade e viver em seu próprio cenário, é bastante relacionado à esquizofrenia. Acredita-se que ele também enfrenta dificuldades para identificar seu gênero, evidenciado pela escolha do nome da pelúcia Pooh, um nome agênero, mesmo que a ursinha seja fêmea.
- Pooh
O protagonista é caracterizado com comorbidade, que é quando duas ou mais doenças estão presentes simultaneamente. O mais perceptível seria o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), com sinais da falta de concentração, pensamentos aleatórios, frequentes esquecimentos e distrações. Outro distúrbio é o TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), demonstrado pelos pensamentos constantes em mel e só parar quando conseguir o que quer. Uma condição não comprovada pelos pesquisadores é a existência do TCV (Trauma Craniano Violento Pediátrico) ou SBS (Síndrome do Bebê Sacudido) por causa das pancadas que sofreu na cabeça em uma queda na escada contada na obra.
- Ió (Bisonho)
O burrinho, além de ser o mais pessimista, não tem confiança em si mesmo e vive se queixando da vida. Sua fala mansa e tristonha sempre mostra sua falta de autoconfiança. Esses sinais são comuns para a depressão no campo da psicologia.
- Leitão
O porquinho está sempre preocupado e angustiado com as coisas que acontecem na vida, incluindo as coisas que ainda não aconteceram. Os sons da floresta o assustam e fazem até com que o coitado fique gago. Aqueles que sofrem de TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) têm esses traços. A sua autoestima também não é muito boa, por ser medroso e inseguro com o futuro.
- Tigrão
O tigre laranja pula de um lado para outro sem parar e se mete em qualquer lugar sem ser chamado. Sua mente é muito rápida e confusa, por isso sua fala é acelerada e não presta muita atenção ao que os outros dizem. Esses são sintomas que afetam Tigrão, com o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade).
- Corujão
O sábio Corujão está sempre disposto a dar conselhos a seus amigos e é bastante inteligente. Contudo, a dislexia o deixa prejudicado na ortografia e na leitura, contemplada pelas suas escritas com palavras faltando letras ou trocando de lugar. Além disso, a coruja facilmente esquece coisas, o que se caracteriza como perda de memória recente.
- Abel
O coelho perfeccionista quer que tudo esteja bem organizado. Investe sua energia para pensar em listas, em como organizar os espaços, em contas e isso não sai de sua mente. Esse personagem, que é um pouco estressado, sofre de TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo).
Ao imitar a vida, o desenho ganhou outros olhares pela ciência e pela saúde mental. E a maior preciosidade dessa obra é trazer vida para algo que era só do faz-de-conta de uma criança sonhadora para outras milhares que assistiram e escutaram as aventuras de Pooh e seus amigos.
E um lembrete de amiga, já que o Halloween foi a poucos dias, descarte o filme Ursinho Pooh: sangue e mel se não quiser estragar sua infância.
“Você é mais corajoso do que acredita, mais forte do que aparenta e mais esperto do que pensa” – Ursinho Pooh.
Escrito por Milena Miranda, esta que cresceu com a figura do Pooh.
Leia também:
Top 5 | Filmes não tão assustadores para você assistir nesse Halloween
Redação Analisa | Demon Slayer e o arco final nos cinemas
Cinedica | E.T. – O Extraterrestre