Toda história tem seu início, seu meio e seu fim. E as vezes esse final é mais complexo do que aparenta.
Quantas vezes, ao acabar um episódio de uma série, ou, ao final dos créditos de um filme, a sua cabeça foi tomada por pensamentos sobre o que viria acontecer a seguir?
Diversas histórias que assistimos nas telas nos fazem pensar além do que acontece entre o primeiro e o último minuto de tal capítulo. Quando aquelas histórias continuam em nosso consciente mesmo após os créditos finais, uma coisa é certa, nós vamos criar teorias.
Sempre que eu penso nessas teorias, chego à conclusão de que elas se dividem em duas categorias: aquelas que falam sobre coisas que ainda vão acontecer nos próximos capítulos daquela história e aquelas que nos fazem pensar sobre coisas da nossa própria vida. Esse artigo é sobre uma dessas teorias.
Dez anos atrás a minha vida mudou completamente. Em uma tarde aleatória, eu assisti ao décimo episódio da quarta temporada de How I Met Your Mother. Naquele dia eu não fazia ideia que estaria assistindo pela primeira vez a série que mudaria quem eu sou.
Nessa década em que How I Met Your Mother esteve presente na minha vida, eu assisti à história de como Ted Mosby conheceu a mãe de seus filhos mais vezes do que eu poderia contar. Tantas vezes que se tornou um motivo de piada entre as pessoas que me conhecem, afinal, eu tenho um momento de HIMYM para praticamente cada situação do meu dia a dia.
Entre essas incontáveis oportunidades que assisti às nove temporadas da série, eu sempre percebia algum detalhe que havia me escapado na vez anterior, fosse referências ou easter eggs, mas bom, como já antecipei para você, esse texto é sobre teorias.
Uma das características de How I Met Your Mother é relacionada às diversas teorias presentes em sua história. Das mais famosas, como a Teoria das Azeitonas ou Teoria Dobler-Dahmer, às menos populares, como a Teoria do Limão e a Teoria do Sossegado e do Alcançado. Porém, nesse texto vou falar daquela que, para mim, é uma das mais reais da série: a Teoria da Robin.
Logo em seu primeiro episódio, a sitcom nos apresenta o ponto inicial de um de seus arcos que viria se desenrolar até o capítulo final. Como você já deve imaginar, esse texto pode conter leves *spoilers*, mas bom, vamos lá.
A partir do momento em que Robin Scherbatsky é introduzida na série, logo temos certeza de que a personagem vivida por Cobie Smulders será fundamental para o desenrolar da história. Assim como Ted sabe de imediato, nós também sabemos que ela não será apenas uma personagem qualquer, ela é especial.
Ao se apaixonar (mais rápido que o recomendado) por Robin, Ted logo percebe que ela seria alguém que não faria com que ele desistisse no primeiro obstáculo. Eles têm seu primeiro encontro, descobrem como têm características parecidas, mas, mais importante do que tudo isso, descobrem o sentimento que há entre os dois.
Com ou sem sinais, após festas de três dias e encontros planejados ou não, eles estavam destinados a estarem presentes na vida um do outro. Por quê? Não há explicação, eles apenas sentiam. Mesmo que seus amigos falassem para que eles se esquecessem de alguma forma, aquilo era impossível. Era simplesmente impossível! No entanto, mesmo com todo aquele sentimento, eles não poderiam ficar juntos.
Eles se amavam, aquilo sempre foi claro. E, mesmo se amando e querendo sempre o bem um do outro, seus sonhos e seus objetivos mostrariam que eles não poderiam ficar juntos naquela época de suas vidas. Eles não estavam na mesma sintonia.
Entre idas e vindas, eles finalmente tiveram seu primeiro relacionamento, porém, com prazo de validade.
Ted queria casar e ter filhos. Robin detestava a ideia de crianças em sua vida.
Casar? Seu maior objetivo era crescer profissionalmente. Ted planejava uma vida pés no chão, porém Robin queria voar. E, com projetos de vidas e aspirações tão diferentes enraizados em suas mentes, eles jamais poderiam ficar juntos. Caso contrário, a certeza de uma vida infeliz era quase que total.
Mas esse amor não morre com essa realização mútua. O sentimento que os dois sentiam um pelo outro era tão grande que, mesmo após o término, ele se manteve. Mais do que amigos, mas separados enquanto casal. Explicação? Não há. Havia amor, e isso bastava.
Entre idas e vindas, na história dos dois eles sempre foram o Top 1. E ainda assim, novamente, não poderiam ficar juntos.
E então nós finalmente chegamos ao ponto central deste artigo. Todo mundo tem a sua Robin – uma pessoa que você amou muito, mas não pôde ficar com ela. E quem quer que você conheça, e o que quer que você faça, nada será da mesma maneira que seria com a “Robin”.
Algumas teorias se aplicam à vida real, essa é uma delas.
Pessoas especiais sempre irão passar em nossas vidas. Não importa se a passagem delas pela nossa história vai durar um ano, uma década ou uma vida inteira, elas sempre irão ficar marcadas em nós. Mas quando se trata daquela pessoa, há um destaque maior. Sempre que você pensasse sobre o amor, ela seria a resposta para todas as perguntas.
Não importa o quão afastados vocês dois possam estar um do outro, ela (“Robin”) ainda estará presente em seus pensamentos. E as outras memórias construídas seriam melhores se ela estivesse ao seu lado. Depois dela, você nunca mais conseguirá ouvir algumas músicas da mesma forma. Os lugares que vocês passaram juntos não serão os mesmos sem a presença dela do seu lado. Alguns termos e apelidos que você escutar jamais soarão da mesma forma que soavam na voz dela.
E, se um dia você verdadeiramente amou alguém, ela é a pessoa que veio à sua cabeça quando você leu esse texto.
Mas não há um culpado, essa é uma equação sem resposta. Quem de nós dois poderia dizer que seria impossível tal sentimento se concretizar?
No entanto, teorias, até as mais elaboradas, as vezes erram; elas não são perfeitas. Algumas histórias ainda estão longe de terem o seu desfecho definitivo. A minha ou a sua. Até mesmo a que aconteceu entre Ted e Robin. Afinal, eu te contei o início e o meio, mas toda história também tem o seu fim.
Quando contei essa história para alguém há um tempo atrás, ela me disse que existe uma calmaria antes da tempestade, que quando tudo estiver terminado, choverá em um dia ensolarado. Ao responder que desde o fim eu só havia vivido dias de sol, ela me respondeu com uma pergunta: e você já viu a chuva caindo em um dia ensolarado?
Desde então eu soube, ainda não havia terminado.
Esse texto foi escrito enquanto eu escutava:
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