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Universos compartilhados, por que a DC Comics não vem conseguindo emplacar grandes sucessos nas telonas?

Ao longo dos últimos anos, uma pergunta vem se fazendo presente na cabeça de vários nerds ao redor do mundo: por que os filmes da Marvel estão tão bons e os da DC estão deixando a desejar?

A essa altura de 2018, você com certeza já deve ter se deparado com o termo “universo compartilhado”, quando a questão são filmes de super-herói; ou então de como o universo da Marvel(Homem de Ferro, Vingadores, Guardiões da galáxia, etc) é bem melhor e mais bem estruturado que o da DC(Homem de Aço, Batman vs. Superman, Mulher maravilha, Liga da Justiça, Esquadrão Suicida). Bom, para entender a ascenção da Marvel e a queda da DC nos cinemas, temos que voltar mais de uma década no tempo.

Em 2008, na época beirando à falência, a Marvel Comics lançava nocinema o sucesso Homem de Ferro, protagonizado por Robert Downey Jr., enquanto isso, a DC comics, bem sólida no mercado, também lançava um de seus maiores blockbusters, O Cavaleiro das Trevas, protagonizado por Christian Bale  e Heath Ledger.

Imagem: Reprodução – Internet

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A grande sacada da Marvel em relação a DC nesse caso, foi de que esta, não estava pensando apenas no filme do Homem de Ferro em si, mas sim em um universo que inter-ligasse todos os seus títulos, como frequentemente ocorre nas HQs, enquanto Christofer Nolan(diretor da trilogia do Cavaleiro das Trevas) estava interessado apenas nos filmes do homem morcego.

O fato é que, Nolan sempre deixou claro que não gostava de quadrinhos e, por isso decidiu dar a seu Batman uma visão mais realista e sombria, algo que já havia dado certo antes, com os X-men da Fox e que viria a influenciar os futuros filmes da DC, como Watchmen e até mesmo futuramente o universo expandido da mesma.

Enquanto isso do lado da Marvel, o executivo Kevin Feige, dono dos estúdios, tinha uma visão diferente, ele queria um universo mais otimista, filmes mais coloridos e fantásticos, algo similar ao que comumente vemos nas hqs, com isso, ele acabou por estabelecer o que hoje chamamos de fórmula Marvel, a velha história da dualidade do bem contra o mal, focando principalmente no protagonista, com histórias não muito profundas, para facilitar o entendimento da maioria das pessoas e vilões rasos também, para exaltar as características do herói(acho que só Thanos e Loki escaparam dessa).

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No inicio nova década, a Marvel já havia lançado Homem de Ferro 1 e 2, Hulk, Thor, Capitão América e viria a lançar o seu grande trunfo, a junção desses heróis, os Vingadores, e os executivos da Warner(dona dos direitos da DC) vendo que a companhia rival, com menos história, com menos prestígio e até mesmo sem poder usar vários de seus personagens mais conhecidos(assunto para um outro texto, me cobrem), estava lucrando na base dos bilhões com seus filmes, resolveram iniciar um projeto de universo compartilhado com os personagens da DC.

O DCEU(universo estendido DC), seria encabeçado por Zack Snyder, diretor que ficou conhecido por 300(2006) e Watchmen(2009); a ideia era seguir os passos de Nolan e criar um universo mais lúcido, mostrando uma visão mais realista e menos otimista dos personagens, o primeiro filme desse universo a ser lançado foi Homem de Aço, em 2013, o filme buscava trazer uma história de origem para o Superman(interpretado por Henry Cavill), o herói mais conhecido da produtora; porém ele peca até mesmo no título, por dar a entender que eles tinham vergonha de usar o nome do herói, além de que foram tiradas várias características do personagem, como a cueca por cima da calça ou até mesmo a tentativa de dar um significado especial para o “S” no peito do herói; eu particularmente gosto desse filme, ele arrecadou quase 700 milhões de dólares, mas desagradou uma parcela dos fãs da DC.

Depois de Homem de Aço, demoraria mais de 2 anos para sair o segundo filme do DCEU, Batman vs. Superman; enquanto isso a Marvel produzia e produzia, já havia consolidado sua fórmula e seu universo, havia produzido mais de 12 filmes e seguia a todo o vapor, os executivos da Warner exigiam uma resposta de Snyder e companhia.

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Em 2016, sairiam duas bombas, Batman vs. Superman e Esquadrão Suicida, o primeiro seria uma continuação direta de Homem de Aço e teria a função de inserir o Batman no DCEU, algo que muitos consideraram imprudente da forma como foi feito, sem uma história de origem, sem conhecermos o personagem; o fato é que a DC não queira dar outra história de origem para o ele, já que o Batman do Nolan ainda ecoava na mente dos fãs e acharam interessante criar um Bruce Wayne mais incógnito. Com a pressão em cima da equipe do filme, o trabalho final foi algo no mínimo estranho e que particularmente me decepcionou bastante, os vilões do filme, tanto Lex Luthor quanto Apocalypse ficaram extremamente aquem do que poderiam ter sido, Apocalypse parece um monstro genérico de videogame mal renderizado, apesar da bilheteria de de 872 milhões de dólares, o filme foi um banho de água fria para os fãs e do público em geral.

Esquadrão suicida conseguiu ser uma bomba maior ainda, já que mantinha um hype gigantesco do público em torno da adaptação da Arlequina e do coringa, porém mesmo com uma maquiagem impressionante e uma trilha sonora maravilhosa, o filme não deixou de ser um fiasco, o diretor David Ayer não tinha experiência suficiente para bancar uma produção dessas e o filme até hoje é motivo de chacota, apesar de ter uma continuação em fase de pré produção.

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Imagem: Reprodução – Internet

Um pequeno alívio veio em 2017, com Mulher Maravilha, a personagem que já havia sido inserida no DCEU em Batman vs, Superman ganhou seu filme solo em meio a já grande descrença do público com a DC, e foi uma grata surpresa já que o filme destoava do clima mais sombrio dos anteriores e não tentava dar sequência aos anterioes e sim, contar um momento importante da vida da personagem, o que agradou bastante o público.

Para o lançamento da reunião de seus personagens em Vingadores(2012), a Marvel Studios havia antes sedimentado seu universo com filmes muito bons ou apenas aceitáveis, Kevin Feige tinha mão em todos os projetos e meio que indiretamente direcionava os diretores das produções a qual caminho seguir, tendo assim, controle sobre os filmes, ele sabia exatamente o que estava fazendo, e acertou em cheio, Vingadores foi um sucesso, tendo arrecadado mais de 1,5 bilhão de dólares.

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Mesmo com snyder supervisionando e até dirigindo alguns filmes do DCEU, #elenão tinha todo o poder e autonomia que Kevin Feige tinha na Marvel, o que proporcionou uma grande destoação entre os filmes e uma falta de rumo do universo proposto; além disso, ainda havia uma mão maior por tras de tudo, os executivos da warner que queriam um filme que unisse seus personagens, mesmo sem um universo devidamente montado, eles queriam logo um filme da Liga da Justiça.

Em 2017 seria lançado o filme mais aguardado do DCEU, Liga da Justiça, o maior grupo de heróis de todos os tempos estaria junto pela primeira vez no cinema, o hype era enorme, mas infelizmente ele não condísse com a realidade, no fim das contas o filme apresentou mais um vilão aquem, no caso o Lobo da Estepe(quem?), inseriu de forma rápida e grosseira Aquaman, Flash e Ciborgue, para completar grupo; o filme ainda contou uma história extremamente apressada graças aos executivos que queriam no máximo 2 horas de filme, muita coisa importante foi cortada. Para completar a receita Jack Snyder teve que abandonar o projeto por causa do suicídio de sua filha e quem entrou em seu lugar foi Joss Whedon, conhecido por ter dirigido o até então maior sucesso da empresa rival, o primeiro Vingadores, o grande problema aí é que os dois cineastas tinham visões bem diferentes dos heróis e, de última hora, Whedon decidiu tentar mudar a roupagem do filme de algo mais sombrio para algo mais colorido, o que causou ainda mais estranhesa no público, sem falar do eterno meme do bigode do Henry Cavill. O filme arrecadou mais de 600 milhões de dólares, o que pode ser considerado pouco, visto que todos os três filmes dos vingadores ultrapassaram 1 bilhão.

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O fato é que, a fórmula Marvel, apesar de criticada por parte do público, ainda se mantém bem saudável, e o fato de o estúdio ter uma liderança bem centralizada em Kevin Feige, um homem de visão que sabe do potencial de seus personagens e de como abordá-los é determinante na construção desse universo que ainda é um sucesso. Os principais problemas da DC, foram, além da fórmula batida do “herói realista”, as canetadas de executivos que nem ao menos conhecem o meio, além de histórias que destoam muito umas das outras e tentativas apressadas e desastradas de se conseguir consolidar o universo e ultrapassar a Marvel.

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Porém a esperança é a última que morre e em 2019 já vão sair mais 3 filmes da DC, Shazam e Aquaman, que pelos trailers mostram uma ideia bem diferente da apresentada até então no DCEU, tendo um tom mais claro e descontraído, principalmente em Shazam que promete ser um besteirol divertidíssimo e o Coringa do Joaquim Phoenix, que já tem um teaser animador. Aves de Rapina(2020) já tem Margot Robbie confirmada como Arlequina e Jurnee Smollett como Canário Negro.

A própria produtora demonstra que pretende manter Batman e Superman na geladeira por um tempo. Só nos resta esperar o que a Warner e a DC irão nos trazer nos próximos anos para saber se vamos nos decepcionar ou finalmente ver o verdadeiro potencial dos seus personagens.

O que você acha dessa discussão? Quais heróis você prefere? O que você acha do futuro dos heróis no cinema? Coloca ai nos comentários!!!!

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