Com o passar da vida, vou observando o que ficou e o que vem ao meu encontro, inesperadamente, sem nunca imaginar viver. Foi assim ao pertencer ao grupo de pessoas com deficiência (PcD), ser estudante de Comunicação Social e Jornalismo, na Universidade Federal de Viçosa, que fica aqui pertinho de casa. E ultimamente, não menos importante, encontrar alguém à distância. Não quero comprometer ninguém, pois, estávamos na troca de interesses, agora não estamos mais. Não entendo bem a razão, estou apenas respeitando o distanciamento dele. Assim, vou deixando a vida acontecer pra mim. São infinitas as possibilidades do que vai ser amanhã. O ditado popular diz “o amanhã a Deus pertence” e eu creio que pertence!
As vivências dele são mais numerosas do que as minhas, mas, não é por isso que eu ficaria em desvantagem. Podíamos somar, multiplicar, dividir e fazer trocas juntos. Claro, tudo isso se ele quisesse. Nada foi como esperei, não tivemos o primeiro encontro, a primeira conversa de olhos nos olhos, outras primeiras vezes.
Sem se dar conta, ele fez valer o nosso contato virtual, me despertou para a vida acontecendo a todo instante ao meu lado. Obrigada, e, sinceramente, Cláudio Vianna, já valeu o ter conhecido. Apreciei muito conhecê-lo por imagens, a maioria delas com um sorriso suave pra mim. Os seus cabelos tão diferentes dos demais, um pouco maiores, sua barba que mesclam duas tonalidades. Toda a sua beleza de homem maduro me encantou, mesmo que por imagens. O seu tom de voz estava sempre acompanhado de uma risada, era delícia de ouvir e seu humor era o meu apreço.
Tem sido permitido, e mesmo comum, na sociedade contemporânea, conectada em tempo integral, tornar público sentimentos, gostos, opiniões, convivências particulares. As aparências são exibidas enquanto o interior, esse, fica oculto. Eu, contudo, não me descuido. Somente eu cuido da casa que sou, permitindo que visitas entrem e conheçam o meu lar, querendo que uns fiquem um pouco mais, outros entrem quando quiserem e um que venha para morar. São minhas as escolhas.
Relacionar a distância não é algo que eu pensei viver, mas nos deparamos com situações que não é caso de escolha e sim de aproveitar a oportunidade. Ficar com ele seria a minha opção. A gente poderia ir se descobrindo, reinventando e reiniciando quando julgássemos necessário. Daí, já teríamos histórias para contar e lembrar, mas nem sempre as coisas não acontecem como planejamos e almejamos..