Esse belo senhor tem magia sobre a nossa vida, eu não consigo viver e me desligar dele. Estou o “tempo” todo pensando nesse precioso orientador de vidas. Tenho refletido sobre o tempo que já me passou (até mesmo os segundos anteriores a este): ele não voltará mais! Com a pandemia, minhas observações estão mais atentas, mais profundas, isso é bom. Tenho estado vigilante às movimentações e transformações que dizem respeito a mim e tudo à minha volta. 

No isolamento pandêmico eu tenho ficado e me sentindo sozinha, fisicamente falando, mas não somente neste período. Talvez seja por isso que não estou sentindo tanto os efeitos do isolamento social, não fez a menor diferença pra mim. Até porque, a principal presença na minha vida, ainda que espiritual, é a do meu pai celestial. Ele é quem me orienta e organiza os meus dias. Sou grata como tudo tem acontecido no tempo da minha vida!   

É oportuno viver de maneira mais íntima com o tempo que temos, ele é cronometrado. O tempo tem passado e eu estou sempre ocupada com algo: com a minha formação profissional e pessoal, da qual não me esqueço por nada;  com os serviços domésticos; acadêmicos e com o resolver as pendências da vida capitalista. Assim, eu vou ganhando experiências. 

Tenho tentado mudar minha maneira de olhar para este tempo contadinho, inventado para o consumo das nossas energias produtivas. Percebo que também vivemos outros tempos em nós: O tempo de cada um, interior, quero dizer, o tempo para as coisas acontecerem, mudarem, o tempo de se curar. 

Não tenho o hábito de fazer anotações na agenda dos  meus compromissos, mas fico o dia todinho ocupada. É a minha saúde que me dá este fôlego. Tenho estado de pé, às seis da manhã para as demandas de mais um dia, cuidando da minha avó em sua casa. Levanto, mudo de roupa, dobro a coberta e guardo, ajeito o lençol na cama, preparo o café, limpo a casa e a cozinha… o meu tempo tem sido prioritariamente útil para ela. 

Nos últimos dias tenho dormido a metade da madrugada, na outra, permaneço deitada.  Logo cedinho, o meu dia clareia e começa: por volta das cinco, quase seis, pego o celular só para saber as horas e me levanto já com muito para fazer, por mim, para minha avó e pelos outros. 

Ultimamente, com tantas restrições de ir e vir, devido à pandemia da Covid-19, tenho visto, sozinha, o meu tempo passar. Não sei dizer onde ele tem ido sem mim,  mas não quero questioná-lo agora. 

Tempo… tudo se trata dele, com ele e para ele. O importante pra mim é caminhar porque o senhor Tempo me trará as respostas. 

Escrito por

Jamília Lopes Soares

Estudante de Comunicação Social/Jornalismo na Universidade Federal de Viçosa. Com o olhar na minha concepção humana, onde está o meu eixo.