Essa Barbie está exausta.

 Desde sua estreia na redação do projeto Cinecom, a caloura de jornalismo Sofia Souto mostrou um grande potencial como escritora. A sua crítica rica em detalhes sobre o filme “Morte, Morte, Morte” conseguiu me convencer a assisti-lo. Para a minha surpresa, odiei o filme. Li e reli a resenha, tentando entender como Sofia conseguiu “tirar leite de pedra”, seu talento com as palavras deixou o filme mais profundo do que realmente é. 

 Sofia é assim, começou a escrever histórias desde criança e não parou mais. Em tempos de solidão causada pela mudança de escola, achou nas palavras o conforto que faltava. Me conta isso com frases curtas, calmas e sem enrolação, “Eu era solitária e não tinha nada pra fazer, então lia”. Dessa forma, causa e efeito. Se A, então B. Será que a adolescente entediada no cantinho das paredes, enquanto lia “O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares”, seu livro favorito, imaginava que estava cultivando uma jovem adulta aspirante a escritora? 

  Da região norte de Minas até o sul mineiro, viajou por mais de 24 horas, na mala trouxe o indispensável: Seu Kindle e o kit de ponto cruz. Sempre sente saudades de casa e não vê a hora de voltar para as férias, mas mesmo assim, não deixa de aproveitar a vida universitária vivenciando um equilíbrio inédito: Passa as tardes de março até o frio de maio enfrentando a reta da UFV com suas novas amizades, mas sempre torcendo para ninguém interrompê-la enquanto lê, encostada,  no cantinho das paredes.