Por trás de um palco iluminado, remixes bem pensados e um nome que já é mais do que conhecido pelos viçosenses, existe o Vitor. A versão DJ do menino de três anos que se encantou pela dança enquanto crescia no meio do carnaval, das escolas de samba e principalmente, da música. Do estudante de enfermagem cujo os olhos brilham ao defender a profissão e sonhar com as inúmeras maneiras que pode cuidar e mudar a vida das pessoas. Do mestre de bateria da Revoada e da Batucão, as duas baterias que tiveram a honra de serem regidas em um campeonato por um mestre que se emocionava a cada arranjo acertado, a cada sorriso de um ritmista e a cada certeza de que aquilo era um sonho realizado. Do vice-presidente da Atlética das Biológicas que, aos trampos e barrancos, enfrentou as adversidades para fazer ela voltar a crescer. Do filho mais novo, que sempre soube lidar com mudanças, mas que como um bom caçula que é apegado à mãe, sentiu a falta dessa presença ao se mudar de cidade.
Por trás de tantas camadas, existe um homem que termina a entrevista assumindo que seu pior defeito é a auto sabotagem, pois duvida de sua própria capacidade ao não se achar bom o suficiente. O que ele não percebeu é que ao longo de toda a conversa, demonstrou uma capacidade que foge do comum. Quando me disse que a melhor parte de ser DJ era levar alegria para as pessoas, Vitor não percebeu que aquela também era a principal parte de suas tantas outras facetas. Seja tocando, dançando, cuidando, mestrando, administrando ou simplesmente cumprindo o seu papel de filho, sua maior preocupação é a de sempre levar alegria para o outro.
Uma coisa é certa, Vitor nunca deixou de ser carnaval, e o recado que deixa para o seu eu do passado, serve também para o seu eu do presente. “Nunca duvide de você”.