Pedro Didico

Se você mora em Viçosa, provavelmente já teve a chance de encontrar pelas ruas alguém vestido de homem-aranha com um microfone na mão. Ou talvez, já tenha assistido uma sessão do CineCom no gramado das quatro pilastras e se deparou com uma obra do audiovisual sendo estrelada por um ator barbudo antes do filme começar. Também existe a chance de você ter se deparado com um cara que tem um rosto muito familiar para você, mas que estava irreconhecível em uma gravação jornalística séria.

As muitas facetas, perfis, regatas de basquete e personagens possuem um nome por trás. Pedro José Milagres, popularmente conhecido como Pedro Didico. Dono de um apelido que surgiu despretensiosamente há anos atrás, quando um amigo na busca de uma piada, falou das semelhanças que o até então Pedro José, possuía com o estilo de vida do ex-jogador Adriano Imperador.

A personalidade tão marcante de Didico só foi surgir quando entrou no teatro, o menino até então sem graça, se encontrou nos palcos, quando descobriu uma vocação para o humor, algo que definitivamente, mudou os rumos de sua vida.

A criança que sonhava em crescer para escrever no New York Times, hoje em dia ri ao lembrar desse passado. “Balela”. Não existe escapatória, seu futuro é na comédia e no jornalismo cultural. Certeza que surgiu quando entrou para o Lespa, tendo liberdade criativa para fazer tudo o que gosta de fazer, pensa que finalmente se encontrou na comunicação.

A presença de Didico em Viçosa, se deu principalmente por algo que futuramente viraria um de seus grandes amores e orgulhos. Foi ler sobre o até então desconhecido projeto CineCom, que despertou no vestibulando a vontade de sair da cidade natal que viveu por toda a sua vida, e encarar uma das coisas que mais detesta: a mudança. Em meio ao turbilhão de emoções de deixar para trás a família, amigos e a namorada, ele encontrou segurança e felicidade nos três amigos que divide uma república e que carinhosamente chama de “três idiotas”. 

No meio disso tudo, também recebia conselhos de sua mãe que afirmava “mudança é coisa normal da vida”, uma frase que combina perfeitamente com a mulher que sempre foi apaixonada por viajar, e ao engravidar, ganhava um companheiro para essas viagens. A dupla conheceu ao menos duas cidades em cada região do país, viajou para fora para que o pequeno Pedro realizasse o sonho de ver a neve, embarcaram em barcos, trilhas e tantas outras aventuras que se tornaram as memórias favoritas dele, que se orgulha ao falar de todo o esforço que a mãe teve para fazê-lo conhecer um pouco do mundo.

Mesmo rodando por tantos lugares, os refúgios de Didico são pessoas. Sua namorada, Gabrielly, a qual descreve como o amor da sua vida, e sua avó, com quem divide a data de aniversário e uma ligação única. Morando longe delas, aos poucos seu refúgio se torna seu quarto em Viçosa, pois é lá que tantos momentos da sua vida acontecem, seja se divertindo ou trabalhando.

Trabalhar com o humor é uma conquista para o menino que tem como maior gratificação o som das risadas de seu público, e que por trás das piadas, tem uma paixão profunda por tudo o que faz. Seja atuando nos palcos, lotando salas de cinema com seu grupo de stand up, revolucionando o audiovisual do CineCom, arrancando risadas dos Viçosenses em seus vídeos para o Lespa, ou sendo simplesmente um filho da… mãe dele, claro. Em tudo o que faz, Didico se entrega inteiramente e adiciona um pouco de humor, pois segundo ele “quando você é humorista, tudo na vida pode ter graça, e tudo na vida com graça é melhor, menos um velório”.