Era a manhã de um dos melhores dias da minha vida. A viagem seria longa, mas a expectativa que corria nas minhas veias era melhor do que o cansaço de um longo trajeto. Entrando no avião, percebi que estava certo. Um pássaro gigante em que nunca havia entrado. Me vi, sim, fascinado com os assentos, as turbinas, a tripulação. O céu. Gigante. Imensidão. “Como pode um trem desse tamanho voar assim?”
Toda essa expectativa ainda estava para ganhar mais vida e alegria. Na chegada, quando puxo o ar, não é o mesmo cheiro de sempre. Tem um aroma gostoso, de chocolate. A cidade luz, naquele dia, era a cidade chocolate. Ovos de páscoa para todos os lados. Ao meu lado, aquela que tornou a experiência ainda mais bela, com quem eu acabava de começar a viver o resto da minha vida.
O encanto de Gramado (RS) não parava na decoração que invadia nossos olhos. O urbanismo invejável, a arquitetura de outro mundo, o hotel que parecia lar, o sotaque carregado, o frio que resultava em belos trajes e o calor da boa educação dos gaúchos. Tudo nos impressionava. A cada vinho oferecido, uma nova admiração pela hospitalidade de um povo que parecia ter sido treinado para acolher.
De todos os encantos o mais aguardado era a neve. Não nevou naquele dia. Mas na cidade luz, que também é chocolate, a neve não falta, ainda que seja em um parque. Uma imensidão de gelo que nos envolvia e divertia. A admiração que começou no avião, continuava por aqui, quando, levados a um enorme vestiário, nos ofereceram roupas para aproveitar toda a diversão da neve encantada. E assim foi, descendo na neve em uma boia gigante, girando por ela, caindo de patins, levantando e sentindo o gelo na pele.
A cada restaurante divino, cafeterias musicais, fotos profissionais, caminhadas matinais e cafés coloniais, o encanto aumentava. A admiração e a alegria de estar em um lugar que antes era só sonho. Nós aprendemos que sonhos talvez se realizem melhor em conto de fadas. Mas o meu conto foi real e muito melhor!