Ontem em meio à noite enluarada, a casa vazia e silenciosa quase ecoando minha voz entre tantos cômodos, decidi fazer um pudim.
Na luta diária contra os altos e baixos do meu humor, decidir cozinhar algo novo é sinal de melhora. Gravo no Instagram um reels do processo, queimo a calda, derreto a colher, entorno a água (uhhh! Respira, Taynara). Ansiedade, afobação, desastre e tentativas de fazer mil coisas ao mesmo tempo fazem parte do meu jeitinho atrapalhado.
Faço tudo novamente. Ufa! Deu tudo certo dessa vez.
Enquanto deixo o pudim assando no forno velho, do meu fogão que mal para em pé, parto para a janta. Preparo um prato bonito e vou em direção ao meu quarto, enquanto respondo alguém no Whatsapp. Ligo o computador, procurando algo para assistir “enroscada” no cobertor de oncinha.
Termino a refeição, o pudim está finalmente assado! A sujeira na parede de azulejos florais antigos da cozinha ataca meu toque virginiano, mas o cansaço de um dia cheio e a mente sobrecarregada falam mais alto e deixo pro dia seguinte.
A sensação de satisfação embala o fim do dia. Apesar das pedras no meio do caminho, como dizia meu conterrâneo Drummond, fiz o que tinha de ser feito. Coisas pequenas têm sido um desafio diário para mim, mas como diriam no mundo fitness: o de hoje tá pago!