Open Box da Ciência: Reportagem Gênero e Número

Open Box da Ciência: Reportagem Gênero e Número

Análise realizada por Maíra Ferrari e Julia Camim

A reportagemPerfil das protagonistas e dados do Censo da Educação apontam que docência é principal fonte de renda” realizada por Gênero e Número – primeira organização de mídia no Brasil orientada por dados para qualificar o debate sobre equidade de gênero – aborda a desigualdade de gênero e raça na relação da docência e da pesquisa como fontes de renda e a presença de mulheres no Ensino Superior como docentes e doutoras.

Para abordar o tema a organização faz uma coleta de dados que ficam agrupados em uma página chamada GN HUB – que produz e comunica análises de cenários em formato de relatórios. Dentro dessa página existem várias temáticas, sendo uma delas o Open Box da Ciência, na qual além de uma sessão de dados, encontra-se reportagens relativas aos mesmos.

Os dados são coletados a partir de informações dos currículos preenchidos pelas docentes contidos na base compilada da plataforma Lattes. Além disso, também foi analisado os dados do Censo da Educação Superior de 2018. A partir desse conjunto, os dados são analisados e visibilizados pelo site da organização. Com base em diversos dados reunidos, eles criam sua própria base de dados e as utilizam para construção das reportagens. Essas informações metodológicas são apresentadas na reportagem analisada.

HUB Gênero e Número
Relação de mulheres com acesso à bolsa x raça

Tal reportagem usa esses dados para analisar as desigualdades de gênero e raça entre docentes. Uma das questões indicadas é a diferença na fonte de renda das docentes, apontando que existe uma grande desigualdade quando comparados os acessos a bolsas de apoio à pesquisa entre homens e mulheres, tendo estas muito menos acesso. Além disso, interseccionando gênero com raça demonstra-se que as mulheres negras, pardas e amarelas tem ainda menos apoio. Outro ponto discutido é sobre a presença de mulheres na docência e suas titulações em comparação aos homens.

  • Apenas 15% de todas as mulheres que pesquisam e também são docentes no Ensino Superior do Brasil têm acesso à bolsa de apoio à pesquisa, sendo a grande maioria pesquisadoras brancas.
  • Em todas as regiões do Brasil mulheres pretas, amarelas e indígenas são minoria das docentes.
  • No campo da engenharia percebe-se a maior diferença na presença entre homens e mulheres que apresentam pelo menos o título de doutor: elas são 3657. Eles, 10.399 – de um total de 14.056 de engenheiros doutores (74%).
HUB Gênero e Número
Relação de mulheres por região x raça

Muitos dos dados foram apresentados em formatos visuais, por meio de gráficos e mapa, mas também apareceram ao longo do texto em forma de porcentagem.

Além dos dados foram entrevistadas algumas pesquisadoras mulheres de destaque no país em suas respectivas áreas. Na fala delas é confirmada essa desigualdade, não só relativa ao gênero, mas também nos quesitos de ocupação, idade e raça.

Maira Ferrari

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