Renda básica universal, será mesmo tão utópica?

Renda básica universal, será mesmo tão utópica?
Em 2016 a Finlândia implementou, de forma experimental, um programa pioneiro de Renda básica para uma parcela da população. Os resultados foram positivos, segundo o governo, apesar de a taxa de desemprego não ter mudado muito, aumentar o poder de compra para essas pessoa movimentou positivamente a economia e a criação de novos negócios entre os mais pobres subiu visto que existe certa segurança em caso de falha.

O Brasil por sua vez insiste em tentar emplacar uma política de austeridade, que vem se mostrando falha há anos, está nos afundando cada vez mais no cenário mundial, nos tornando um país cada vez mais desigual, difícil de se empreender ( meio redundante para os liberais ‘né’? ). A pandemia e consequentemente a pressão internacional e da oposição obrigaram o governo a adotar o Auxílio Emergencial que tinha o valor base de R$600 durante sua primeira fase ainda em 2020, mas sofreu grandes cortes em 2021, caindo para um valor base de R$150, as custas do congelamento dos salários dos servidores públicos pelos próximos 15 anos, uma tragédia.

O auxílio poderia ou ainda pode ser o primeiro passo não só para o Brasil, mas também para vários outros países adotarem uma política de assistencialismo mais forte, a experiência da Finlândia e de outros países que contam com modelos mais sociais de governo nos mostram o quanto isso é necessário.

Na imagem, o Ex Senador Eduardo Suplicy, um dos principais defensores da renda básica universal no Brasil, ao lado do rapper Mano Brown / Reprodução: Internet

Vamos aos dados

Há quem diga que não existem formas de se implementar uma renda básica além do Bolsa Família no Brasil, até porque os gastos seriam imensos, porém se todas as famílias que já recebem o benefício passassem a receber R$ 600 por mês, o gasto mensal seria de R$8,4 bilhões, dos quais pelo menos 40% poderiam ser pagos com dinheiro de uma possível tributação de 0,5 a 3% das grandes fortunas (patrimônios de mais de R$ 22,8 milhões de reais), o resto pode ser facilmente conseguido acabando com privilégios e corrupção, que 10 anos atrás já custava R$69 bilhões aos cofres públicos. 

Resta a classe média e os liberais entenderem sua posição na sociedade, que o neoliberalismo não funciona em um país onde grande parte da população não tem acesso a educação ou saneamento básico e que não dá mais para eleger líderes populistas (talvez aí sim eu tenha um ponto de vista meio utópico).

O presente artigo é uma versão atualizada de um texto que escrevi quase um ano atrás que pode ser conferido aqui embaixo:

É interessante pensar que naquela época eu não achava que a situação poderia ficar mais caótica e assustadora.

JÚLIO CLEBER ROCHA

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