“O muro permanece alto para mulheres negras”: análise da reportagem multimídia da Gênero e Número

“O muro permanece alto para mulheres negras”: análise da reportagem multimídia da Gênero e Número

A reportagem selecionada foi escrita pela jornalista Gabriele Roza e publicada no dia 23 de julho de 2021 pela Gênero e Número. Intitulada O muro permanece alto para mulheres negras, ela tem como tema as dificuldades das mulheres negras em se manter na universidade e ingressar no mercado de trabalho. 

Utilizando depoimentos de mulheres negras que são estudantes de universidades como pontos chaves, a reportagem é construída com base em dados coletados:

  • do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep);
  • do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos  (Dieese);
  • e de dados do Censo do Ensino Superior e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) a partir de números da Pnad Contínua/IBGE.
Mulheres são maioria entre estudantes de ensino superior
Reprodução/Gênero e Número

Depoimentos

Além do banco de dados, a repórter entrevista fontes importantes para entender, na prática, a situação do ingresso da mulher negra na universidade e no mercado de trabalho. Paloma Calado, que ingressou na UFRJ em 2012 e era uma das duas mulheres negras em uma turma de 60 estudantes de ciências da computação, tem seu depoimento utilizado como abertura da matéria. 

Ao longo da reportagem também são apresentadas outras personagens:  Suelaine Carneiro, coordenadora do Programa de Educação e Pesquisa do Geledés no Instituto da Mulher Negra; Bárbara Paes, mestre em gênero e desenvolvimento pela Universidade de Sussex, no Reino Unido; e Milena Santos Francisco, estudante de Relações Internacionais do Centro Universitário IBMR, que sofreu preconceito ainda na escola.

Mulheres são mais atingidas pelo desemprego durante a pandemia
Reprodução/Gênero e Número

Números

Em seu plano de fundo, perguntas vão sendo respondidas conforme sua narrativa vai se construindo. Os temas rodeiam assuntos como: o ingresso e permanência de mulheres negras e pardas em escolas e instituições do Ensino Superior (ES) em 2019; e mulheres negras que receberam algum auxílio social para ingressar e permanecer nos IES, também em 2019.

Para além, também demonstra a taxa de desemprego em relação de homens e mulheres brancos e negros com períodos de 2014.1 e 2014.2.; e percentual de mulheres e homens ingressantes e concluintes do IES conforme a etnia/raça em 2019 como questões pautadas.

A exposição dos dados se faz de forma leve, sutil e gradual, com os depoimentos permeados por dados que são encaixados naturalmente a eles. Os infográficos ajudam a mostrar os resultados das pesquisas que compuseram a apuração da reportagem. Em conjunção a isto, outros exemplos ilustram, com uma dinamicidade maior (com o podcast do DataLabe e o site do Minas Programam) a experiência vivida por estas mulheres.

Após análise da reportagem, pode-se notar que a mesma não traz sua metodologia de forma direta. O único momento é ao final, numa informação sobre sua parceria com a empresa de aprendizagem Pearson.

Análise feita pelo grupo composto por: Beatriz Valente, Caroline Campos, Hugo Virgínio e Victoria Barel.

Hugo Virgínio

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