Prevenção dentro do prato: boa alimentação tem efeitos positivos na prevenção de câncer de mama
Nutricionista explica que comer comida de verdade, reduzir os industrializados e evitar excessos são hábitos que fazem toda a diferença e podem reduzir o risco do câncer de mama.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) indica que cerca de 30% dos casos de câncer de mama poderiam ser prevenidos por meio de alterações no estilo de vida, como uma dieta equilibrada, prática regular de atividades físicas e manutenção de um peso adequado. A alimentação, em especial, desempenha um papel crucial tanto na prevenção quanto no tratamento da doença.
Segundo a nutricionista Fernanda Larralde, “uma dieta rica em antioxidantes, fibras e gorduras saudáveis pode reduzir significativamente o risco da doença”. Ela sugere a inclusão de alimentos como frutas vermelhas, vegetais crucíferos (como brócolis e couve-flor), peixes ricos em ômega-3 e grãos integrais para fortalecer o sistema imunológico e combater processos inflamatórios no corpo. Além disso, ressalta a relevância de incorporar alimentos ricos em fitoquímicos, como soja, linhaça e vegetais de folhas verdes, que estão associados a uma menor ocorrência da doença.
Por outro lado, ela adverte sobre o consumo excessivo de carnes processadas e gorduras saturadas, que podem elevar o risco de câncer. “Uma dieta antiinflamatória é essencial não só na prevenção, mas também durante o tratamento, ajudando na recuperação e promovendo o bem-estar geral da paciente”, ressalta.
No Brasil, o câncer de mama lidera as estatísticas, sendo o tipo de câncer mais frequente entre o público feminino, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 73 mil novos diagnósticos devem ocorrer em 2024, representando aproximadamente 29,7% de todos os tipos de câncer em mulheres no país. Esses números ressaltam a necessidade urgente de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Em nível mundial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que o câncer de mama atinge mais de 2,3 milhões de mulheres anualmente, e estima-se que uma em cada oito mulheres enfrentará essa condição ao longo da vida. Apesar da gravidade, as taxas de mortalidade têm diminuindo em função do progresso nas tecnologias de diagnóstico, tratamentos mais eficazes e do aumento da conscientização sobre a relevância de exames preventivos, como a mamografia.
Os fatores de risco para o câncer de mama englobam idade avançada, histórico familiar, obesidade, falta de atividade física, consumo elevado de álcool e uso de tabaco. Embora alguns desses aspectos sejam inevitáveis, outros podem ser gerenciados.
O diagnóstico precoce é um dos fatores mais importantes para o êxito no tratamento da enfermidade. A identificação inicial, por meio de exames de rotina como a mamografia, pode aumentar as chances de cura em até 95%. Mulheres acima de 40 anos são especialmente encorajadas a realizar consultas regulares e exames de rastreamento.
Segundo a profissional, a prevenção é resultado de um conjunto de hábitos saudáveis: “Hábitos simples do dia a dia estão por trás da manutenção da boa saúde e da prevenção de doenças graves.
Durante o tratamento do câncer de mama, que frequentemente inclui quimioterapia e radioterapia, a alimentação adequada desempenha um papel crucial na qualidade de vida da paciente. Fernanda Larralde ressalta que uma dieta equilibrada fortalece o sistema imunológico e pode amenizar sintomas como fadiga, náuseas e perda de apetite. “Alimentos leves, mas nutritivos, como gengibre, chás de ervas e sucos naturais, são ótimos para controlar náuseas, enquanto proteínas magras e frutas ricas em vitaminas ajudam a manter a massa muscular e os níveis de energia”, afirma a nutricionista.
A boa notícia é que muitas vezes uma única mudança na alimentação ou na prática de exercícios pode trazer múltiplos benefícios”. A alimentação é uma das bases fundamentais para se levar uma vida equilibrada. “A orientação é buscar alimentos naturais, o famoso ‘desembale menos, descasque mais’. Comer comida de verdade, reduzir os industrializados e evitar excessos são hábitos que fazem toda a diferença”, afirma. Além disso, ela enfatiza a relevância da prática regular de atividades físicas, que, combinada com uma dieta saudável, é uma das melhores estratégias de prevenção não apenas contra o câncer, mas contra várias outras doenças.
Reportagem escrita por Letícia Leite e publicada no Jornal O Hoje.
Atividade de adaptação de texto impresso para web realizada por Vitória Machado (matrícula:113021).
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