Distorções de um mundo idealizado pelo Instagram
Por Ana Luísa Medeiros
O Instagram, lançado em outubro de 2010, alcançou em 2021, mais de um bilhão de usuários, sendo uma das redes sociais mais utilizadas no mundo. A rede social que veicula imagens e vídeos postadas pelos usuários, adquire cada vez mais novas ferramentas, como espaço para criação de guias, os quais o usuário seleciona publicações de assuntos semelhantes; Reels, vídeos de 15 a 30 segundos; IGTVs, vídeos mais longos e o uso de filtros nas publicações, principalmente, as do Story, que “desaparecem” em 24 horas.
Os efeitos nocivos das redes sociais
Um ponto problemático sobre a utilização dessa rede social é o possível vício que pode ser gerado, principalmente nos jovens. O usuário é exposto, diariamente, a padrões, tanto de beleza quanto de comportamento. Segundo uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 41% dos jovens dizem se sentir tristes, depressivos ou ansiosos em contato com as redes sociais.
Este vício gera alienação para o jovem, visto que ele passa a acreditar que o mundo exibido no Instagram é o real. Mas esse fato pode se tornar muito prejudicial à pessoa em diversas áreas do cotidiano.
“Isso é o maior mal que o vício no Instagram pode acarretar ao jovem, já que ele passa a traçar um padrão em cima do que vê, que muitas vezes não é real e destrói sua autoestima. Em razão disso, muitos se frustram por não conseguirem conquistar o mundo idealizado.” – Roberta Finamore, psicóloga.
Distorção e distanciamento da realidade através do virtual
Os usuários desta rede, geralmente, fazem postagens alusivas a “um mundo perfeito”. Isso faz com que quem visualiza tal informação tenha alta necessidade de se adequar a tal estilo propagado. Como as pessoas selecionam momentos para exibir no seu perfil, só a melhor parte é exibida e o espectador pode começar a achar sua vida desinteressante, buscando até aventuras e histórias para contar em suas redes, em busca de curtidas.
A profissão de influenciador digital pode também mexer com a cabeça do usuário. Já que esse profissional, como o nome diz, é o capaz de influenciar as pessoas, seja em comportamentos, tendências ou informações. Então, pode ser que quem o acompanha mude o estilo de vida, compre coisas desnecessárias, faça cirurgias, entre outras coisas.
O Instagram, inclusive, decidiu banir os filtros que produziam alterações alarmante no rosto do usuário, como os que afinam nariz e aumentam os lábios. Isso porque, foi mostrado em estudos, que o número de pessoas, principalmente mulheres, com interesse em realizar procedimentos estéticos aumentou desde que esses filtros tiveram início na plataforma.
Há, ainda, uma outra ferramenta nova dessa plataforma que pode, também, ser problemática: a lista de melhores amigos. Muitos usuários usam desse espaço para desabafar sobre diversos aspectos de sua vida, mas não procuram psicólogos ou psiquiatras, que poderiam, inclusive, auxiliar no vício trazido por esta plataforma.
Como fazer o uso saudável
Uma maneira de utilizar o Instagram de forma mais responsável é delimitando um tempo máximo diário de uso, para que não tome muito seu tempo e você não seja tão bombardeado com os ideais propagados.
Fazer atividades que distraiam a cabeça e tirem o foco das redes sociais também pode ser útil na distração e no controle de não passar o dia inteiro rolando a tela.
O Instagram, dependendo de como e para que for usado, pode ser prejudicial. É necessário enxergar o mundo para além das telas dos celulares.
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