A realidade dos musicais que marcaram gerações
O gênero musical é um dos mais queridos pelo público, seja pelas grandes performances, ou seja pelas belas histórias. Não tem como negar a importância desse gênero para a indústria cinematográfica. O primeiro filme falado na história do cinema foi um musical, por mais que já tenham sido produzidos alguns filmes com efeitos sonoros, o musical O cantor de Jazz foi o primeiro em que conseguiu conectar o som com as cenas de maneira sincronizada e envolver o público em um novo formato de cinema.
Muitos filmes começaram a surgir com o gênero musical, mas a era de ouro dos musicais só se iniciou com um dos filmes mais importantes na história do cinema. Cantando na chuva, não é só um dos melhores musicais já produzidos como também um dos mais famosos. Aposto que você já quis imitar a famosa cena dançando na chuva.
Contudo, esse clássico ficou muito tempo no esquecimento, dado que, quando foi lançado, o público e os críticos não se importaram com a produção e foi só com o surgimento da televisão que ele alcançou a fama que vemos hoje. Lembra da história de dançar na chuva que comentei, uma das cenas mais importantes do cinema possui várias curiosidades por trás.
O ator Gene Kelly estrela da famosa cena dançando na chuva estava muito doente durante as filmagens e com uma febre muito alta, por isso era preciso parar as filmagens várias vezes para o ator trocar de figurino porque seus ternos ficavam encharcados de suor.
A música Singing the rain cantada na cena não foi produzida para o filme. Ela havia sido composta para outro filme, “Hollywood Revue”, e por conta disso os produtores consideraram não fazer a cena na chuva, por um triz uma das cenas históricas dos musicais quase não aconteceu.
Existem, também, muitos boatos sobre a chuva produzida na cena. Um dos mais famosos deles é que a chuva, na verdade, era leite. Isso mesmo, para tornar a chuva mais nítida nas filmagens a produção misturou água com leite para as gotas ficarem mais visíveis. Todavia, os produtores do filme não confirmaram essa afirmação e alegaram que era apenas a iluminação que auxiliou no trabalho.
Outras curiosidades sobre essa obra
- O roteiro original do filme foi destruído em um incêndio
- O primeiro ator cogitado para o papel de Cosmo Brown foi Oscar Levant
- O filme foi indicado ao Oscar duas vezes, mas não levou nenhuma estatueta para casa
- O figurino de Cantando na Chuva também foi usado em outro filme, Bem no Meu Coração, de 1954.
Falando em clássico, outro filme muito popular desse gênero e presente na era de ouro dos musicais foi A noviça rebelde. Esse filme foi tão aceito pelo público que mesmo tendo sido lançado em 1925 faz sucesso até hoje, e não é atoa, porque ele é dono de 5 Oscars.
Por trás de tanto sucesso também temos muitas curiosidades. Durante as gravações, as crianças cresceram muito e para contornar essa situação, Charmian Carr (A Liesel) teve que contracenar em cima de um banquinho para ficar mais alta nas filmagens. A pequena Kym Karath (A Greti), filha mais nova dos Von Trapp, também engordou durante as gravações e precisou ser substituída por outra atriz para a gravação da cena na escalada da montanha.
Um assunto muito popular nos bastidores do filme foi a participação de Christopher Plummer (Capitão Von Trapp), porque ele não estava contente no trabalho e sempre contava o quanto se arrependia de estar ali, por isso comia e bebia muito durante as filmagens o que fez os figurinistas terem que alterar todos os figurinos dele.
Algumas curiosidades sobre esse clássico
- Junto com “A Bíblia”, este é um dos poucos filmes da Twentieth Century-Fox em que nenhuma música é ouvida quando o logotipo da Twentieth Century-Fox aparece na tela.
- O filme recebeu 10 indicações ao Oscar e ganhou 5 prêmios: melhor filme, diretor, edição, som e trilha sonora.
- Quando foi lançado em home vídeo, o filme ficou entre os mais vendidos por mais de 250 semanas. ou seja: quase cinco anos.
- O musical estreou primeiro na Broadway.
Na modernidade também possuímos muitos musicais espetaculares e que mexem com o coração do público, mas não existe nada como os bons clássicos para nos recordar que os musicais não são apenas longas-metragens que envolvem o canto e danças super coreografadas, mas filmes que transbordam emoções.
Texto escrito e modificado por Samara Ramos. A versão original: Revista No Script nº11 página 6 e 7