Ameaças, Milícia e Morte: a nova cara do Velho Chico

Ameaças, Milícia e Morte: a nova cara do Velho Chico

reportagem multimídia foi produzida pela agência Repórter Brasil (uma organização sem fins lucrativos de jornalismo investigativo) e leva o título “Ameaças, milícias e mortes”. A reportagem multimídia conta como as milícias interferem de forma violenta nos moradores que vivem às margens do rio São Francisco (velho chico). A produção buscou facilitar a compreensão das informações, além de trazer uma angulação humanizada. Publicada em maio de 2020, a obra ganhou o 42° Prêmio Vladimir Herzog.

Estrutura narrativa: 

A Repórter Brasil visitou 12 comunidades tradicionais de pescadores, vazanteiros e quilombolas, além de grupos que lutam pela reforma agrária na região, e mostra neste especial a violência do agronegócio que voltou a assolar camponeses que vivem às margens do rio São Francisco. A história é contada dividindo o assunto em capítulos, trazendo informações relevantes tanto no texto, quanto nas imagens e relatos. A reportagem multimídia é dividida em 5 capítulos, sendo: 

1- A nova cara do velho chico; 2- Insegurança no campo; 3- O lobby ruralista contra demarcações das margens ;4- O drama dos pescadores; 5- De grande sertão a bacurau.

As fontes predominantes são os moradores daquela região (trabalhadores rurais sem-terra, quilombola, vazanteiro(a), integrante do MST, pescadores), mas outras fontes também aparecem para compor a história (policiais, coordenadora do movimento segurança no campo e coordenador da FNL). 

Abertura em foto: possui título do capítulo com breve resumo e um sinalização de navegação (desenho do mouse com instrução).

Seções e estrutura traduzida no layout: 

As sessões podem ser acessadas por um menu dentro do site, possibilitando a livre navegação do usuário dentro das páginas do site. Entretanto, quando se acaba de ler um capítulo, automaticamente o site também carrega a próxima página e te direciona para o próximo capítulo. 

Os vídeos e fotos possuem a dimensão exata de visualização da página e se intercalam com os textos. É possível notar que todos os textos se encontram na lateral direita, e é possível encontrar trechos e informações de destaque na lateral esquerda, dinâmica que se assemelha às reportagens publicadas em revistas. 

Para auxiliar na narração da história, em determinado momento é usado o layout em parallax (imagem estática e movimentação de texto), de modo que a imagem apresentada também se altera quando o texto some da faixa de visão do usuário.

Recursos multimídia: 

Os elementos multimídia utilizados são: textos, links externos e internos, vídeos,  mapa interativo, imagens e efeitos de interatividade. Os recursos multimídia atuam em conjunto para a construção da narrativa principal da reportagem, bem como possibilitam uma melhor compreensão e interação do público com o conteúdo.

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Abertura em vídeo (com a opção de habilitar o áudio e navegar pelos capítulos através do menu). Possui título com breve resumo e um silanização de navegação (desenho do mouse com instrução) .

A home page da reportagem apresenta, logo de início, um vídeo em looping com a opção de habilitar o áudio do vídeo e o título da matéria, juntamente com a breve explicação do modo de leitura da reportagem, de forma sobreposta. Logo abaixo, é apresentado a introdução e podemos perceber que os textos possuem um bom tamanho de leitura e fonte que possibilita uma boa compreensão, bem como as cores e tamanhos de fontes ajudam a entender as quebras de capítulos e demais elementos (como citações e títulos). Existem também links que redirecionam o leitor a matérias jornalísticas de sites conhecidos (Folha de São Paulo, por exemplo) que legitimam a veracidade e credibilidade ao texto do site, e também links internos que redirecionam o leitor para outra seção do site).

Elementos textuais com caixa detalhe na primeira letra e primeiro parágrafo, bem como personalização na cor de seleção do texto.

O site possui outros elementos de interatividade como botões de silenciar o áudio, pausar o vídeo e compartilhar a reportagem multimídia. O site possui também efeitos visuais que são habilitados mediante a ação do leitor. O segundo recurso interativo é um mapa da violência com relatos de pessoas que vivem naquela região. O mapa tem marcações de localidade que – ao clicar – aparece a foto do morador daquela região e uma citação com o relato do mesmo. Esse mapa interativo só funciona no computador. No celular ele se apresenta como uma sequência de imagens em carrossel. 

Mapa interativo com relatos de pessoas

As imagens possuem todas ótima resolução e fotografia (bons enquadramentos, ângulos, luminosidades, etc), bem como também são muito bem dispostas pela página,  encaixadas juntos a alguns efeitos de visualização. Há mudança de acordo com a rolagem do mouse e mudanças automáticas de capítulo, apresentando visual uma barra de carregamento que vai da direita para esquerda.

Sequência de imagens em carrossel que aparecem automaticamente.

Os vídeos possuem uma boa qualidade de imagem e o roteiro é bem construído (em formato documentário, apresentando personagens que constroem a narrativa do vídeo). Um aspecto interessante é que os vídeos são legendados, possibilitando assim, maior acessibilidade para pessoas surdas ou com deficiência auditiva. Outro elemento interessante é a possibilidade de silenciar o áudio dos vídeos.

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Vídeo com reprodução automática, possui legenda, possibilidade de pause assim como silenciar o áudio. 

Dados sobre a equipe: Ao final do projeto (rodapé existem informações sobre a equipe). Mas em todos os capítulos existe um lugar padrão que é encaixado algumas informações, como: data, reportagem, imagem e edição. Além desses espaços, no menu do site existe um tópico para você clicar e conhecer a Repórter Brasil.

Rodapé com informações

Os recursos e elementos multimídias utilizados contribuem para proporcionar ao leitor uma melhor experiência no consumo daquela informação. Além de que esses elementos que trazem fotos reais, relatos e vídeos com falas dos moradores, ajudam a dar maior credibilidade ao projeto, bem como humanizam a história/informação.

Por Renata Ramiro e Francielle Barros

Francielle Barros

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